quarta-feira, 23 de março de 2016

Das figuras de estilo


Dizia Goethe que "a ironia é o grão de sal sem o qual a comida não teria o sabor que tem."
Camilo e Eça foram mestres, no seu uso literário. Mas a ironia é, talvez, das figuras de estilo, a mais ingrata. E uma arma de dois gumes que, muitas vezes, acaba por atingir o emissor. Nada pior do que ter de desmontar o artifício e ter de explicar ao distraído o que, verdadeiramente, se quis dizer. Em resumo, pode ser uma autêntica frustração humana.

4 comentários:

  1. Assumo que nunca li Camilo Castelo Branco. Qual o livro que recomenda para iniciar? O Amor de Perdição não me atrai...
    Concordo consigo quanto à ironia. Por exemplo, com as crianças pode gerar conversas absurdas.
    Bom dia!

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    1. Tenho alguma dificuldade na escolha, Margarida, porque eu gosto de várias obras de Camilo e não sei, objectivamente, o seu gosto. Apontaria, no entanto, o "Coração, Cabeça e Estômago", que é uma espécie de "A Cidade e as Serras", talvez menos conseguida e ambiciosa; a indicação de MR também me parece uma boa escolha. Ou, para começar devagarinho, as "Novelas do Minho", com sabor regionalista. Não quero deixar de referir as "Cenas Contemporâneas, co um início muito sugestivo e genial ("Os meus amigod de certo não sabem o que é caçar coelhos na neve? ...). Finalmente, a saborosa miscelânea "Mosaico e Silva", em que Camilo fala de vários assuntos e tem um capítulo bem interessante sobre D. Francisco Manuel de Melo.
      Bom apetite!..:-)

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  2. Concordo que muitas vezes a ironia é mal interpretada, às ezes em sentido contrário.

    Margarida,
    Eu sou suspeita porque gosto imenso de Camilo. E vou dar a minha dica: se não a trai O amor de perdição (de que eu gosto desde que o li no secundário), tente A queda dum anjo.

    Bom dia!

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