domingo, 31 de agosto de 2025

Revivalismo Ligeiro CCCXLIV


No dia em que Sérgio Godinho completa 80 anos de idade.

sábado, 30 de agosto de 2025

Escreve, quem sabe

 

Esta carta ao director do jornal Público, vinda de quem vem e de uma especialista da matéria, não deixa de reforçar a justeza da decisão tomada por Isabel Pires de Lima (1952), ex-ministra da Cultura.
Dos tiranetes, que por aí andam dissimulados, vamos sabendo deles...

Amanhecer

 

Foi assim, hoje.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

A querer ser máxima

 
Isto de usar diminutivos para si próprio(a)  na idade adulta só pode indiciar um certo atraso. Mental, provavelmente. Ou uma ternura excessiva, deslocada no tempo.

Filatelia CL

 

O estudo dos selos portugueses desde cedo suscitou o interesse de estrangeiros, sobretudo de filatelistas ingleses. A Portuguese Philatelic Society, sediada na Grã-Bretanha, teve também uma grande importância na difusão da filatelia nacional lusa, no último século.
Dos seus associados, há que destacar o comandante David Leslie Gordon por estas 2 obras fundamentais, de que reproduzimos as capas, acima, e que foram publicadas em 1985 e 1987, respectivamente.


Seleccionamos 5 selos de D. Luís com carimbos dos mais interessantes ou raros, da nossa colecção, que vem referidos nas obras citadas e que passamos a identificar. Da esquerda para a a direita, o primeiro ostenta a marca de "Posta Rural" (PR), o segundo, com perfuração em estrela, destinava-se ao pagamento da taxa de telegrama, o terceiro tem a identificação local de Golegã. O quarto selo, com o pouco frequente carimbo de Alvôco (Seia), é raro e tem uma valorização de 75, numa tabela de 100, referida por D. L. Gordon. Finalmente, o quinto e último tem o carimbo nominal de S. Domingos de Carmões (Torres Vedras).





quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Divagações 209


Ou se escreve a pertença, no verso, ou se perde a origem da fotografia. Depois, só apenas a arqueologia especializada poderá permitir situar aquilo que terá sido nosso, ou contemporâneo. Se for útil ao futuro. O que é altamente duvidoso. Embora muita gente pense que tudo o que viveu é importante. E assim vão sendo felizes pela vida.

Vivaldi / Drahos

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Ideias fixas 99

 

Crescer ao deus dará dá nisto. A ausência de regras de educação transmitidas, por parte de tutores responsáveis (pais, professores...) que o não são, é, quanto a mim, a causa principal desta escalada de violência que o título do jornal Público, de hoje, denuncia em números.
Até os cães precisam de ser ensinados para não estarem continuamente a ladrar e incomodar a vizinhança...

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Memória 154

 

Desconheço se a Sociedade de Língua Portuguesa ainda existe. Localizada na rua de S. José (Lisboa), em prédio algo degradado, que ameaçava ruína, foi obrigada a retirar, nos anos 90, os seus cerca de 20.000 livros, que ficariam depois à guarda da BNP, por questões de segurança. A temática dos dicionários ocupava um largo espaço, naturalmente.
A venerável e útil instituição tinha sido criada em 14/11/1949 e editava um Boletim (imagem acima) informativo que, dos 1500 exemplares iniciais, chegou a tirar 5000, e era distribuído gratituitamente aos associados da SLP. Rubricas tais como um consultório linguístico, muito útil, e outras curiosidades constavam do boletim da sociedade. Como por exemplo:




domingo, 24 de agosto de 2025

Handke sobre Simenon

 

Em entrevista a Le Monde (25/7/2025), o escritor austríaco Peter Handke (1942), referindo Georges Simenon (1903-1989), diz: "O que eu recrimino a Simenon, quando ele me faz chorar, é que ele me obriga a sentir-me muito só. Os seus livros são demasiado curtos. Depois de os lermos, estamos tramados. Emociono-me enquanto os leio, mas o que provoca ele com essa minha emoção? Normalmente, deve-se fazer frutificar uma emoção, mas ele não o faz nos seus livros. Entretanto, desde que ele começa a contar uma história, eu tenho sempre confiança nele."
Palavras que eu tenho alguma dificuldade em interpretar, até porque não experimento este tipo de sentimentos exagerados ou deslocados numa leitura normal de livros do grande escritor belga.

sábado, 23 de agosto de 2025

Desabafo (100)

 
A contiguidade geográfica momentânea obriga-me a ouvir um daqueles ruídos martelados e sem imaginação, a que dão o nome de rap. E que é apreciado, ao que parece, por gentinha cujas células cinzentas, ao contrário das de Poirot, não mexem de todo e se contentam com as repetições contínuas. Consola-me porém pressentir que estas mediocres charangas de grunhos não irão durar muito mais do que durou aquela coisa desmiolada a que os franceses literatos deram o nome pomposo de estruturalismo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

De Wendy Cope



Haikai de Outono

Folhas. Folhas por todo o lado:
no jardim, até dentro de casa.
Marido, vê se limpas os pés.


Wendy Cope (1945), in Uncollected Poems (1992-2000).

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Citações DXVIII

 

Uma sobremesa sem queijo é como uma bela mulher a quem falta uma vista.

J. A. Brillat-Savarin (1755-1826), in Physiologie du goût.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Uma fotografia, de vez em quando... 200

 

A meio caminho entre Merkenich e Leverkusen, este girassol de rosto humano, parece sorrir para quem passa.
(No Dia Mundial da Fotografia)

Fernando Sor (1778-1839)

domingo, 17 de agosto de 2025

Miscelânea (12)

 

Está no seu pleno, a fruta. Embora com preços um pouco altos... Esta semana, apareceram nas bancas do mercado as ameixas Rainhas-cláudia, que no Norte, em linguagem chula, chamam Ameixas-caranguejas e, a Leste, aristocratizam para Mirabelle e Lorena. A meloa é que já teve melhores dias, mas deu lugar aos melões, que se recomendam, de doces. As uvas vão muito boas e os pêssegos também. As Pêras valem a pena nas suas variedades principais: D. Maria, Rocha e Amorim.
É de fartar, vilanagem!


sábado, 16 de agosto de 2025

Do que fui lendo por aí... 70

 

Transcrevendo, parcialmente, o início da crónica:

" Uma das apostas de Verão de algumas televisões, como a NOW e a CMTV, ambas do mesmo grupo, é a transmissão em directo dos incêndios florestais. O dramatismo do relato assemelha-se, por vezes, ao das transmissões dos jogos de futebol, com a contínua e vergonhosa repetição das mesmas imagens, muitas de horas e dias diferentes. Só lhes falta gritar «gooolo!»."

Pedro Garcias, in Fugas, do jornal Público (16/8/25).


sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Artista, [designer], Desenho industrial

 


Ignoramos, infelizmente, os artistas que desenham os nossos objectos do quotidiano. Aqui vai mais uma amostra, de um produto português, criado pelo artista Peter Schmidt.


Post de HMJ

Regionalismos madeirenses (9)

 



Dá-se, hoje, por finda, no Arpose, esta temática regional seleccionada do livro, em imagem, de Ana Cristina Figueiredo.  Em sequência alfabética, como se segue:

1. Tratuário - faixa existente normalmente na berma da estrada, mais elevada em relação a esta e que é           destinada à circulação de peões; passeio.
2. Xavelha - que é natural ou habitante de Câmara de Lobos.
3. Zangalhar - Estar pouco seguro; não estar firme.
4. Zaralhar - andar de um lado para outro sem fazer nada com utilidade.
5. Zaralho - Pessoa que se apresenta mal, que é desarrumada. Desajeitada, desleixada, desordenada.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Revivalismo Ligeiro CCCXLIII



Apesar de tudo, sempre os acho preferíveis aos carreiras, toys, emanueis, barreiros, canários e quejandos...

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O próximo

 


Emprestado pelo meu bom amigo H. N., de um autor de que partilhamos o gosto, este será o livro que se segue, na leitura. O título é todo um programa...

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Pinacoteca Pessoal 214

 

Juan Sánchez-Cotán (1561-1637) foi um pintor espanhol nascido em Orgaz, que veio a falecer em Granada. Artista barroco, veio a distinguir-se sobretudo pelo realismo que imprimiu às suas Naturezas Mortas, que encenava previamente. Professou como monge da Cartuxa em 1603.



Nos últimos anos de vida, naturalmente, dedicou-se também a pinturas de temática religiosa.



segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Belo destaque: Maria Judite de Carvalho

 Não sendo frequente haver notícias sobre escritores portugueses nos Jornais, de referência, na Alemanha, aqui fica a excepção à regra, obviamente no DIE ZEIT, no dia de hoje.

"Maria Judite de Carvalho:Ein Häuflein Asche in der Wüste

Nach 59 Jahren erstmals auf Deutsch: Maria Judite de Carvalhos Roman "Leere Schränke" 

Eine Rezension von Heike Kunert

Aus der ZEIT Nr. 33/2025Aktualisiert am 11. August 2025, 20:03 Uhr 




Maria Judite de Carvalho: Der Roman "Leere Schränke", der in Lissabon geborenen Schriftstellerin Maria Judite de Carvalho (1921–1998) erschien in Portugal 1966, nun wurde er erstmals ins Deutsche übersetzt.

 

Post de HMJ

A propósito de blogues


 
Nem todos os critérios são iguais. Muito menos a exigência de cada um. Muitas das vezes percebe-se que a felicidade vem do rés do chão. E muita hipocrisia, ou simplicidade forçada, na pobreza dos comentários.
Como refere o ditado : "para quem é, bacalhau basta."

John Adams (1947)

domingo, 10 de agosto de 2025

Esquecidos (20)

 

Só não gostei que o fulano autor se tivesse esquecido de falar, no livro, dos bichinhos (camaleões). Que, ainda nos anos 90 do século passado, tinham a sua mancha activa algarvia maior na mata de Monte Gordo. Há esquecimentos que só revelam ignorância ou falta de sensibilidade.



sábado, 9 de agosto de 2025

Citações DXVIII

 

O Progresso é a injustiça que cada geração comete em relação àquela que a precedeu.

E. M. Cioran (1911-1995), in De l'inconvénient d'être né (1973).

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Mercearias Finas 211

 

Em princípio, não tenho nada contra as marcas brancas. Este monocasta Pinot Noir (Regional Lisboa) 2024, 13º, fruto de uma parceria da Ravasqueira Vinhos, S.A. / PD, trabalho do enólogo Vasco Rosa Santos, cumpre com dignidade a sua função. Parece delgado na cor, mas tem estrutura e equilibrado gosto.
Acompanhou lindamente umas iscas de borrego em cebolada. E o preço é uma boa surpresa.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Bibliofilia 224

 

Esta obra Laura de Anfriso (1788), do licenciado Manuel da Veiga Tagarro, é um livro esquecido, de poesia, apesar das cadências suaves e harmoniosas dos seus versos. Barbosa Machado dá o autor como natural de Évora e nascido a 6 de Abril de 1597, bem como falecido na mesma cidade no dia 19 de Novembro de 1655. Outros estudiosos são mais prudentes, quanto a certezas, e há quem sinalize a sua morte no ano de 1640. O poeta terá tido, muito provavelmente, uma carreira eclesiástica. 
A primeira edição da sua única obra foi impressa em 1627 (1628) e é raríssima. A segunda, portada em imagem acima (do meu exemplar), é a rolandiana, de 1788, ainda rara. Que eu saiba Manuel da Veiga Tagarro não mais foi reeditado. Dele falaram  Maria de Lurdes Belchior, Jacinto do Prado Coelho e Aguiar e Silva. E há um extenso e importante trabalho de Helena Barbas, de 1990, sobre o poeta eborense.



A sua classificação em escolas literárias é muito desencontrada. Há quem o dê como barroco, maneirista, mas também quem lhe atribua pendores de pré-romantismo e/ou neo-clássico - com que estarei mais de acordo.
O meu exemplar da segunda impressão, em perfeitísimas condições, encadernação da época inteira de carneira, foi adquirido no leilão de Outono de 1993, dos Silva's/Pedro de Azevedo (lote 1603), por Esc. 10.053$00. Inocêncio refere o autor no tomo IV do seu Dicionário (pg. 122) e Samodães, sob o nº 3469.
Anote-se, por curiosidade, que Fernando Pessoa apreciava a obra poética de M. da V. Tagarro.