Mostrar mensagens com a etiqueta Walter Scott. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Walter Scott. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Efemérides, bizarrias e géneros, em jeito de miscelânea (literária)


Passando, em Julho (18) próximo, o bicentenário da morte da morte de Jane Austen (1775-1817), os ingleses preparam-se para celebrar condignamente a romancista. O TLS já lhe vai dedicando algumas páginas, e lá colhi a indicação de que se, enquanto vivo, Walter Scott (1771-1832), seu contemporâneo, era o favorito dos leitores britânicos, a constância nas reedições das obras de Austen, ao longo dos anos, tem sido muito mais regular na venda das novelas da romancista inglesa, em comparação com os romances históricos do escritor escocês. Pelos vistos, a mulher ganhou ao homem, neste particular. Anunciam-se, entretanto, vários estudos e edições anotadas dos livros da novelista.
Mas não são só os meios literários que se agitam. Uma empresa de bebidas, sediada em Bath, pôs à venda, em tiragem de apenas 1.000 garrafas, um Gin, com rótulo alusivo a Jane Austen, em que a escritora pisca o olho ao comprador... Ao que parece, a Senhora não era abstémia.
Mas isto dos géneros tem que se lhe diga. Li, há dias, já não sei onde, um comentário que pode ser considerado algo machista, do romancista inglês George Orwell (1903-1950). Dizia ele sobre a obra de Joseph Conrad (1857-1924), polaco naturalizado britânico, que: "um dos mais seguros sinais do seu génio é que as mulheres não gostam dos seus livros." 
Será?


para MR, apreciadora da obra de Jane Austen.

terça-feira, 29 de maio de 2012

1 tema com 3 andamentos


1. As idiossincrasias de cada um têm destes caprichos: de tanto ler dois ou três cronistas do JL (quando o comprava, regularmente), agora que eles são escritores badalados, não os consigo já ler - saturei, absolutamente. Mas também porque a arquitectura da sua prosa é frágil, com truques repetitivos e expedientes para agradar, na transversal. Por debaixo do casaco distinto, nota-se a camisa rota... Mas é bem verdade, o que o povo diz: "Mais vale cair em graça, do que ser engraçado."
2. Há dias, Pacheco Pereira referia as dezenas de livros (inúteis) de autores desvalorizados pelo Tempo e sem o mínimo interesse de leitura (Ponson du Terrail, Paul de Kock...) que juncavam a biblioteca familiar, que herdou. É verdade, estes autores de sucesso, aqui há 70/ 80 anos, aparecem aos pontapés, nos alfarrabistas, agora, e são agrupados, em leilões, por lotes de 20 ou 30, a ver se tentam algum licitador que olhe mais à quantidade do que à qualidade do que compra. Mas, a maior parte das vezes, são retirados de praça, sem se venderem.
3. Um escritor meu amigo costumava dizer que: passava bem sem a glória póstuma, queria era o reconhecimento no Presente, enquanto vivo. Parece que, neste particular, Walter Scott (1771-1882) foi um homem cheio de sorte. Ganhou bom dinheiro com a escrita, foi best-seller constante e houve até uma scottmania (segundo o TLS) que ainda chegou ao séc. XX. O aeroporto de Edimburgo tem o seu nome, nos Estados Unidos há 22 vilas e cidades denominadas Waverley (título duma das suas obras), para não falar no incalculável número de ruas Walter Scott, que existem por toda a Commonwealth.
Ficou o nome, ficaram os mitos que criou (o "ogre de Oslo" referia-se muito a Ivanhoe), ainda se vende, mas quase ninguém o lê. Saturou.