Para melhor dominar os assuntos ou arrumar as ideias, o homem procurou sempre sistematizar e classificar as coisas. Um nome é, em muitos casos, uma fórmula tranquila, um sossego gramatical ou biológico, a maneira de circunscrever o imprevisível, de formatar as circunstâncias, de chamar. Nem a Natureza escapou a esta febre disciplinar humana, embora, por vezes, se permita perturbar e baralhar essa estabilidade classificativa: um animal exótico que nunca fora visto, um peixe estranho que pede uma nova reordenação, uma planta pequena e humilde, ou uma flor que, sendo discreta, escapou, durante séculos, à visão humana. E as regras do jogo são postas em questão...
Embora arrumado nas ideias, considero-me indisciplinado nas coisas: papéis, livros, pequenos objectos que vou juntando e não consigo classificar, para poder arrumar, rasgar ou deitar fora, em definitivo. Há sempre livros que se escusam a uma classificação exacta, como as nuvens, das quais só consigo identificar e nomear, com certeza, os cirros (do latim, cirrus, e porquê?), que têm sido bem raros nestes últimos dias tão nublados e cinzentos deste Verão de Setembro. Também ele inclassificável.
Este ano esperava-se um setembro quente e seco. :-)
ResponderEliminarMiss Tolstoi
A metereologia, hoje em dia, faz concorrência às previsões económicas..:-)
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