A crítica, em Portugal, está pela "hora da morte", ou seja, vem tarde e a más horas - que os livros de qualidade já são recenseados no JL, quase como na Colóquio: com ano(s) de atraso.
Só no último JL (nº 1146) é que foi apreciado o último livro de Echevarría (Categorias e outras paisagens), saído em Outubro do ano passado. Quantas frioleiras, entretanto, lhe passaram à frente, em recensões de compadrio, sempre muito em cima da hora? Quando não em pré-apreciação e pré-publicação. Antes que esses livros desapareçam das montras das livrarias e recolham ao refugo dos armazéns, para serem depois expostos, em saldo, nas estações de metropolitano, em fugazes lojas de qualidade duvidosa e sazonal.
Aqui fica mais um poema desta Poesia difícil, mas maior:
Tornou-se, aos poucos, sensível
a tez da velhice. A mágoa
recolheu-se ao doce timbre
de azular-se na palavra.
E a palavra desceu
ao halo feliz da tez,
com a velhice a crescer
dentro da luz que se fez.
«dentro da luz que se fez»
ResponderEliminarÉ um bom livro. E deita por terra a minha teoria dos poetas e sua criação, na velhice. Para não falar do penúltimo livro de Herberto Helder, também octogenário.
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