Por mero acaso, acontece que, em Antuérpia e ao dobrar do ano, tivemos que esperar bastante tempo por um transporte público, numa paragem de rua que, pelos indícios, deveria ser, maioritariamente habitada por judeus ortodoxos (?). Passaram por nós, a pé ou de bicicleta, mais de 10 personagens com uma espécie de balandraus escuros e compridos, caracolitos pueris e laterais na cabeça, chapéus negros de aba larga.
Ensimesmado, dei-me a pensar que eles fazem gala em marcar e mostrar sua diferença, usando atavios, algo exóticos e medievos, para se distinguirem, como "povo eleito", de entre os comuns da terra.
Em tempos adversos para os judeus, eles foram obrigados - e não de livre vontade - a usar a estrela de David na roupa exterior, de forma a serem identificados facilmente pelos outros seres humanos. Entre o uso ostensivo de sinais de diferença, hoje, e o uso obrigatório imposto por outros, ontem, vai a grande diferença entre a submissão e a liberdade. Mas também uma similitude simbólica de exterioridades identificativas...
Em tempos adversos para os judeus, eles foram obrigados - e não de livre vontade - a usar a estrela de David na roupa exterior, de forma a serem identificados facilmente pelos outros seres humanos. Entre o uso ostensivo de sinais de diferença, hoje, e o uso obrigatório imposto por outros, ontem, vai a grande diferença entre a submissão e a liberdade. Mas também uma similitude simbólica de exterioridades identificativas...
Guardiães (?) da sua tradição, a começar pela indumentária, não fazendo parte dela, é certo, os sacos de plástico parecem destoar. E seriam evitáveis.
ResponderEliminarAinda se fossem negros...
Gostei bastante do texto.
Uma boa tarde.
Obrigado.
EliminarE, quando chuviscava, protegiam os seus chapéus com uma espécie de touca de plástico, transparente...
Retribuo, cordialmente.