sábado, 25 de junho de 2011

Recomendado : quinze - um tinto de varanda


Como as saias se alternam de curtas para compridas e, na moda masculina, embora muito mais lentamente, as calças se vão alterando no corte (qualquer dia regressam as "à boca de sino" dos anos setenta), também nos vinhos se vão registando modas. Estamos, agora, em período de transição para os tintos de baixa graduação alcoólica. Depois dos alentejões e durienses carregadíssimos e pesados, como os "Bafarela" a rondar os 15º, e os consumidores a ficarem prostrados e alumbrados, eis que regressam os leves, perante a saturação. Oscilações do mercado que, se os produtores não se apercebem nem acompanham, morrem. E os vinhos deixam de se vender.
Aqui há 40 anos, vinhos tintos com 13º ou mais, eram raríssimos: lembro-me do "Garrafeira" das Caves Velhas, e pouco mais. A graduação normal eram 12º para tintos, 11/11,5º para brancos e 8/9º para vinhos verdes.
Ora, hoje, venho chamar a atenção para um vinho tinto de varanda ( como eu lhes chamo), ou de Verão, com 12º de graduação alcoólica, e saboroso. Tem boa acidez, a tender para o seco. Acompanha muito bem um prato de massas al dente, um queijinho fresco de cabra, uma omoleta de presunto. É um varietal de Sangiovese, no tocante a casta ( "sangue de Júpiter" - ver poste de 9/10/2010). Integrou a semana italiana de uma empresa de médias superfícies, com sede na Alemanha, mas com várias lojas em Portugal. Apenas um pouco de gás, dispensável, quando se deita no copo. É o único mas. E deve ser bebido já, porque não lhe auguro grande longevidade.
Eu até nem gosto de propagandear vinhos estrangeiros (que Miss Tolstoi me desculpe, se me vier a ler), quando os temos excelentes e nacionais, em qualidade. Mas este "Sangiovese Di Romagna", tinto de 2010, tem o preço imbatível de 1,99 euros. E, em Portugal, a este preço? (Hic opus...) Não há nada como provar, e aprovar, ou não.

5 comentários:

  1. Achei engraçada essa denominação de «vinho de varanda». Também os deve haver brancos. Ou não?
    No outro tempo, não havia uma lei que proibia a venda de vinhos de uma graduação superior (parece-me que) a 12º ou 13º?

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  2. E rosés, que eu não aprecio. Creio que essa legislação se aplicava, apenas aos vinhos do Dão, com regras muito rígidas então. Creio que os tintos do Dão tinham de estar 1 ano, em adega e madeira, e só depois podiam ser comercializados. E os brancos, 6 meses, se não estou enganado.

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  3. E não é que li?! :-))))
    Tenho estado fora, com muitas reuniões, muitos encontros, pouco tempo para googlar.

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  4. Mesmo que bissexta, Miss Tolstoi, é sempre muito bem aparecida...:-)

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