domingo, 12 de junho de 2011

O Sado, como pretexto


Os jornais de hoje referem: 1."Manifestantes querem encher Rossio de pessoas deitadas no chão"; 2."Em Espanha, após acampamento de 4 semanas, os jovens desmontam as tendas". Até aqui, o que se pode concluir é que a taifa ou aduar luso vai com imenso atraso, em relação ao aduar castelhano, ou a capacidade de inovação e originalidade portuguesa continua a ser incipiente. Continuamos a imitar, mal, e usamos moldes usados e estafados que foram pioneiros do outro lado do Mediterrâneo: na Tunísia, no Egipto, há muitos meses atrás. E com boas razões, à partida: combatiam ditaduras corruptas. Na Península Ibérica (ver poste "As novas taifas", de 20/5/2011, aqui no Blogue), estes movimentos juvenis, com alguns séniores à mistura, parece terem apenas motivações lúdicas, festivas, para entreter o ócio e spleen adolescente. Ou, então, para os 2 ou 3 minutos de fama, na Tv. Com algumas movimentações algo injustificáveis como, recentemente, estes jovens espanhóis que tentaram impedir a tomada de posse do presidente da câmara de Madrid, bloqueando os acessos. São tiques de pressão intoleráveis numa democracia e que prenunciam uma visão dogmática, quase ditatorial, nos propósitos. Se estes jovens querem destruir o sistema político, em si, que concorram (serão assim tantos?) a eleições, como partido, democraticamente, e que façam implodir o sistema, por dentro. Depois, pelas roupas de marca, pelos telemóveis topo de gama que os vejo a usar, não me parecem sofrer grandes dificuldades. Serão, provavelmente, os novos infantes da esquerda-caviar...
Demos, no entanto, um pequeníssimo espaço à dúvida metódica da  (minha) idade e da excepção. Por vezes, as excepções acontecem. Por exemplo: ao contrário de todos, ou quase todos os rios portugueses, que têm um percurso Norte-Sul, o Sado, que nasce na serra da Vigia, vem desaguar a Setúbal. Talvez para evitar o barrocal algarvio. Mas, seja como for, o rio Sado, por excepção, tem um percurso Sul-Norte...aliás, como as movimentações das taifas e aduares que vieram de África para a Península Ibérica. Voilà!

2 comentários:

  1. Também o Côa, mas este é um Rio pequenino.

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  2. Muito obrigado, JAD, pela achega. Do Côa não me lembrava, ou não sabia.

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