Um só mau oficial
que ha em üa cidade
destrui a comunidade:
vede bem se faram mal
muitos desta qualidade.
Deus e el-rei nom sam servidos,
os povos sam destruidos,
a policia damnada,
a república roubada,
e os pobres oprimidos.
Miscelânea (estância XXXIII), de Garcia de Resende (1470-1536).
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Nota pessoal: por razões porventura líricas e primaveris, resolveu a Unesco consagrar o Dia Mundial da Poesia neste 21 de Março de 2018. Evitando o derrame lírico, optei, no entanto, por um excerto mais musculado, do séc. XVI, onde costumes e gentes são objecto de crítica, pela voz de Garcia de Resende. Como hoje, aliás, também poderiam ser, numa ausência, que se vai notando, de ética e de princípios...
Se a resolução permitisse ler as capas...
ResponderEliminarÉ a reprodução da 2ª edição das obras de G. de R. que contém a Crónica de D. João II, seguida do poema Miscelânea, retrato muito interessante e curioso do tempo em que viveu este escrivão de puridade do nosso Príncipe Perfeito. A IN-CM tem uma edição publicada há pocos anos. Vale a pena lê-la.
EliminarBom dia!
Agora, já dá para ler.
ResponderEliminarMuito obrigado !
E também agradeço a informação complementar.
É um belo exemplar !
Parabéns pela aquisição.
Um abraço.
Ainda bem que já se lê.
EliminarInfelizmente, a minha edição é mais tardia, do séc. XVIII (5º ou 6ª reimpressão, creio), mas em muito bom estado.
Uma boa noite, cordialmente.