terça-feira, 27 de março de 2018

A propósito de vinhos, em geral, e o de Colares, em particular


Creio que a mais antiga referência escrita a vinho português é ao Charneco que, provavelmente, identificava o vinho de Bucelas. Shakespeare, no seu Ricardo III, perpetua a lenda (?) de o duque de Clarence (1449-1478) se ter afogado, ou ter sido afogado, num tonel de Malvasia. O que significa que, já nessa altura, o vinho da Madeira (?) era conhecido na Inglaterra.



Se, enologica e literariamente, Eça é cosmopolita e variado, referindo, nos seus romances, vinhos espanhóis e franceses, o Dão e  o Colares (abundante em Os Maias), o Bucelas e outros vinhos nacionais, Camilo é mais terrunho e limitado. O vinho Verde, nomeadamente de Basto, é muito citado, mas pouco mais aparece, para além de um vago vinho de Setúbal (?) e outro do Cartaxo, nos seus livros.



O Estado Novo optou, marcadamente e com bom gosto, é certo, pelo vinho do Dão, seguindo os seus chefes. Que Salazar produzia nas suas courelas de Santa Comba o vinho que ele consumia em S. Bento, e o venerando Thomaz tinha um fraquinho especial pelo Dão Terras Altas que, na época, era seguramente um bom vinho, lotado com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen.



Mas voltemos ao vinho de Colares, predominante da casta Ramisco, em chão de areia, que conseguiu resistir à filoxera, e que era uma referência literária até meados do século XX. Eu não sou grande apreciador da sua rudeza, apenas mastigável nos primeiros anos. Depois, escapa.
Mas que belos cartazes publicitários, e postais se fizeram dele! Aqui deixo, em imagem, alguns que têm como motivo trajes regionais portugueses.
(Pena não saber quem os fez...)


4 comentários:

  1. Respostas
    1. Embora datados pelo traço, também achei os postais lindíssimos.
      Bom dia!

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  2. Respostas
    1. Como diria José Régio: são de "uma lindeza tamanha"..:-)
      Boa tarde!

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