Creio que a mais antiga referência escrita a vinho português é ao Charneco que, provavelmente, identificava o vinho de Bucelas. Shakespeare, no seu Ricardo III, perpetua a lenda (?) de o duque de Clarence (1449-1478) se ter afogado, ou ter sido afogado, num tonel de Malvasia. O que significa que, já nessa altura, o vinho da Madeira (?) era conhecido na Inglaterra.
Se, enologica e literariamente, Eça é cosmopolita e variado, referindo, nos seus romances, vinhos espanhóis e franceses, o Dão e o Colares (abundante em Os Maias), o Bucelas e outros vinhos nacionais, Camilo é mais terrunho e limitado. O vinho Verde, nomeadamente de Basto, é muito citado, mas pouco mais aparece, para além de um vago vinho de Setúbal (?) e outro do Cartaxo, nos seus livros.
O Estado Novo optou, marcadamente e com bom gosto, é certo, pelo vinho do Dão, seguindo os seus chefes. Que Salazar produzia nas suas courelas de Santa Comba o vinho que ele consumia em S. Bento, e o venerando Thomaz tinha um fraquinho especial pelo Dão Terras Altas que, na época, era seguramente um bom vinho, lotado com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen.
Mas voltemos ao vinho de Colares, predominante da casta Ramisco, em chão de areia, que conseguiu resistir à filoxera, e que era uma referência literária até meados do século XX. Eu não sou grande apreciador da sua rudeza, apenas mastigável nos primeiros anos. Depois, escapa.
Mas que belos cartazes publicitários, e postais se fizeram dele! Aqui deixo, em imagem, alguns que têm como motivo trajes regionais portugueses.
(Pena não saber quem os fez...)
Postais muito giros.
ResponderEliminarBom dia!
Embora datados pelo traço, também achei os postais lindíssimos.
EliminarBom dia!
Muito bonitos!
ResponderEliminarBoa tarde:))
Como diria José Régio: são de "uma lindeza tamanha"..:-)
EliminarBoa tarde!