É sabido e notório que os rostos humanos são assimétricos. Às vezes, de forma extravagante, o lado direito da face é muito diferente do esquerdo, o que provoca alguma incomodidade estética a quem vê ou o constata.
A primeira tentativa de dar um retrato de rosto tanto quanto possível completo, nas suas diversas perspectivas e posições, creio poder atribuir-se ao pintor italiano Lorenzo Lotto (1480-1557), que terá executado um retrato triplo, na mesma tela, de um joalheiro veneziano, no ano de 1530. O quadro encontra-se num museu de Viena.
Poucos anos depois, o flamengo Anthony van Dick (1599-1641), a convite da corte inglesa e, possivelmente, conhecedor da ousadia de Lorenzo Lotto, veio a retratar também o rei inglês Carlos I, em três perspectivas, entre os anos de 1535 e 1536. A obra pertence à Royal Collection Trusts.
Cerca de 100 anos depois, o pintor francês Philippe de Champaigne (1602-1674) viria a executar um retrato tripartido do Cardeal Richelieu, por volta de 1642. Este obra integra, hoje, o acervo da National Gallery, em Londres.
Estamos, no entanto, ainda longe das decomposições de rostos a que Picasso (1881-1973) procedeu, a partir da tela Les demoiselles d'Avignon (1907) e que, de alguma forma, dariam origem ao Cubismo, segundo alguns estudiosos de Pintura.
Gosto destes quadros todos. Nas três posições dos rostos destes três homens não se notam assimetrias.
ResponderEliminarJá me disseram que se tivéssemos os dois lados da face exatamente iguais a nossa face seria esquisita. Não sei, vendo como comprei...
Bom dia!
Aqui há muitos anos atrás, possivelmente em finais dos anos 50, o "Paris-Match" publicou uma reportagem sobre este tema das assimetrias dos rostos. Na capa vinham fotomontagens das caras de De Gaulle e Brigitte Bardot com um mesmo lado da face replicado: eram rostos totalmente diferentes e estranhíssimos...
EliminarBom dia!
Não tem nada a ver com este assunto - venho apenas sugerir-lhe a leitura da edição de ontem do "i", que tratava da questão das livrarias independentes. Dois artigos:
ResponderEliminarhttps://ionline.sapo.pt/artigo/603987/miguel-de-carvalho-o-fecho-de-livrarias-tem-levado-a-um-cortejo-p-blico-de-vaidades-?seccao=Mais_i
https://ionline.sapo.pt/artigo/603985/livrarias-independentes-a-brecha-que-persiste-e-a-urg-ncia-de-um-leitor-ativista-?seccao=Mais_i
Grato pelas dicas. Li, integralmente, o artigo e a entrevista de Miguel de Carvalho, que refere também a pressão das rendas. De Coimbra, nada me admira: o desinteresse cultural deve ser o mesmo que lá senti nos 2 anos (sessentas) que por lá cabulei...
EliminarO fecho de livrarias (ou deslocação que, muitas vezes me parece morte adiada...) é um fenómeno complexo que atinge também Paris e Londres como, se calhar, toda a França e Inglaterra bem como, ao que julgo, os EUA.
Eu tenho tido sorte. Vou-me bastando e bem, como uma pequena livraria (criteriosa no recheio) independente da Cova da Piedade e 2 alfarrabistas que visito semanalmente.
Deus os conserve!
Confesso que nunca tinha relacionado este tipo de retratos com o Cubismo, mas faz sentido. Muito interessante, este post. Boa tarde!
ResponderEliminarObrigado, Margarida.
EliminarUma boa noite!