sexta-feira, 30 de março de 2018

Memória (120)


Era dia, na infância, de visitar ao fim da tarde - creio - as sete igrejas canónicas a que obrigava a tradição. Sob o signo do roxo, que cobria as imagens, lá se rezavam algumas preces. O itinerário cobria uma espécie de círculo religioso vimaranense. Visitando-se, talvez por esta ordem, igrejas e capelas de: N. S. da Guia, do Campo da Feira, Oliveira, Misericórdia, S. Dâmaso, S. Francisco, S. Pedro. A partir de meados dos anos 50, e quando a pequena capela da Guia estava fechada, havia a opção da novel e moderna igreja dos Redentoristas, ao fundo da rua Francisco Agra.
E eu, menino, perguntava-me como seria, nas terras pequenas onde não houvesse 7 igrejas. E imaginava que os crentes, na Sexta-feira da Paixão, por certo, teriam de entrar, sair e voltar a entrar, repetidamente. E por sete vezes, para cumprir a obrigação devota da tradição cristã. 

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