quinta-feira, 27 de julho de 2017

Dos Avós


Dos Avós, não me reza a história. Maternos se foram antes de eu ter vindo, e dos paternos, não me lembro, embora me pareça que a Avó, por pouco me foi coeva, e consta de uma fotografia amarelecida e pouco nítida, posando junto a uma fonte monumental, talvez do Bom Jesus, em Braga.
Recordo-me, sim, de uma Bisavó silenciosa, à cabeceira de uma mesa grande e natalícia. Mas é uma recordação neutra, inexpressiva, que não me suscita emoções de maior.
Não foi desagradável, no entanto, antes pelo contrário, que ontem me tivessem lembrado que já o sou. Através de fotografias de um Ser pequenino, e de um vídeo, onde pernas e braços tenros se mexem, desconfortados. Nesta sequência expectante e misteriosa de sangues que se vão projectando, naturalmente, para o futuro, que é um país distante, aonde não chegaremos de todo. Por aí se vai fazendo a fragilíssima eternidade dos homens...

6 comentários:

  1. Eu conheci os meus avós maternos e tenho muito boas recordações da minha avó que faleceu há pouco mais de 20 anos. E ainda conheci uma bisavó, também materna.
    Bom dia!

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    1. Eu não tive tanta sorte, até porque, quando era pequeno, gostava de ouvir as pessoas mais velhas... Que me ensinavam coisas.
      Bom fim-de-semana!

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  2. Eu conheci os meus avós paternos, ambos pessoas simples, muito engraçados e com muito sentido de humor. Com a minha avó estávamos sempre na risota.

    Eu acho que os avós são figuras muito importantes na vida de uma criança. São a imaginação, as histórias, o tempo, os mimos, as brincadeiras...que muitas vezes os pais não podem ou não sabem ser.

    Boa noite:)

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    1. Mais disponibilidade, mais experiência, por vezes, mais calma - ajudam sempre.
      Uma boa noite, também!

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