Do velho Liceu Martins Sarmento, que ainda inaugurei em 1962, aqui fica a fachada sóbria. Porque, na verdade, eu tinha-me iniciado, no ensino secundário, pelas vetustas paredes do Convento de Santa Clara, onde hoje funciona, em nobreza laica e democrática, a Câmara Municipal de Guimarães. Foi por aí que também passaram as aventuras mais importantes da minha adolescência. E me começaram os amores e suas desventuras. Como também me nasceram amizades imorredouras, muito cúmplices e felizes.
Ora, no dealbar do 6º ano, quando os adolescentes começam a ser engraçadinhos e malandrecos, apesar de me ter iniciado nas aulas de Filosofia, calhou-me na rifa uma professora de nome Manuela que, para além de vir cheia de filosofias, vinha também muito grávida. A antipatia química foi recíproca e imediata, e no primeiro período tive logo o primeiro e único 7 da minha vida liceal. Que foi para aprender...
Felizmente, no segundo período, a professora Manuela teve baixa de parto e foi substituída por um sujeito bisonho, de má catadura, a quem demos a alcunha de Espiúca, já não sei bem porquê. O que é certo é que, no final, consegui passar na disciplina, rasando a trave dos 29 ou 31 valores (?).
A expectativa temerosa, no entanto, não acabou por aí, e na prova oral do 7º ano, para minha desagradável surpresa e sina, calhou-me o professor Conceição, marido da professora Manuela A. C.. Previ o pior. Enervado, quando ele me mandou falar do amor filosófico (em Platão?, em Aristóteles?, em Berkeley?) eu comecei a dissertar sobre o amor humano e real. Confundi "Germano, com o género humano"... (Mas como é que um adolescente de 18 anos, naquela altura, consegue falar da filosofia do amor!? Seria um castigo, para quem o começa a viver, em toda a sua plenitude de complexidade física e espiritual.)
Mas o professor Conceição era boa pessoa. E apesar de, mais tarde, ter vindo a ser deputado da U.N., na A. N., era, no fundo, um liberal. E, enquanto eu falava do amor humano, ele, quase cúmplice, ia sorrindo para mim. Corrigiu-me depois, e deu-me 13 no exame final. E eu fiz as pazes interiores com o casal Conceição.
Ora, acontece que o meu amigo António, que também os teve como mestres, num restaurante vimaranense, há dias, surpreendeu este casal de professores já reformados e, discretamente, fotografou-os e mandou-me o instantâneo para eu os recordar. Marido e mulher estão à esquina da mesa, sendo que, cada qual, fala para a senhora do lado. Folguei de ver que, passantes dos 80 anos, ainda bebem o seu vinhito branco. Verde, provavelmente.
abraço fraterno, saudoso e grato a A. de A. M..
Felizmente, no segundo período, a professora Manuela teve baixa de parto e foi substituída por um sujeito bisonho, de má catadura, a quem demos a alcunha de Espiúca, já não sei bem porquê. O que é certo é que, no final, consegui passar na disciplina, rasando a trave dos 29 ou 31 valores (?).
A expectativa temerosa, no entanto, não acabou por aí, e na prova oral do 7º ano, para minha desagradável surpresa e sina, calhou-me o professor Conceição, marido da professora Manuela A. C.. Previ o pior. Enervado, quando ele me mandou falar do amor filosófico (em Platão?, em Aristóteles?, em Berkeley?) eu comecei a dissertar sobre o amor humano e real. Confundi "Germano, com o género humano"... (Mas como é que um adolescente de 18 anos, naquela altura, consegue falar da filosofia do amor!? Seria um castigo, para quem o começa a viver, em toda a sua plenitude de complexidade física e espiritual.)
Mas o professor Conceição era boa pessoa. E apesar de, mais tarde, ter vindo a ser deputado da U.N., na A. N., era, no fundo, um liberal. E, enquanto eu falava do amor humano, ele, quase cúmplice, ia sorrindo para mim. Corrigiu-me depois, e deu-me 13 no exame final. E eu fiz as pazes interiores com o casal Conceição.
abraço fraterno, saudoso e grato a A. de A. M..
:)
ResponderEliminarBoa tarde!
Boa tarde!..:-)
EliminarEngraçado!
ResponderEliminarBoa noite, Isabel!..:-)
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