Nunca fui muito afecto aos produtos vínicos oriundos da já centenária casa Borges & Irmão, fundada por dois irmãos, no já longínquo ano de 1884. Aquando do 25 de Abril de 1974, a empresa estava integrada no grupo do Banco Borges, inserida, após o 11 de Março, no Banco de Fomento e mais tarde no BPI. Que, em data posterior, a veio a vender à empresa JMV. Dos vinhos comercializados, em meados do século XX, o Gatão (vinho verde) era talvez o mais conhecido. Mas o Lello (Douro) e o Meia Encosta (Dão) tinham também alguma expressão na produção nacional. Tirando o Gatão, nunca fui grande cliente destas marcas, e até desapreciava muito o Lello duriense, que sempre achei medíocre. Em tempo de juventude acrítica, cheguei a provar algumas vezes o Brandy Borges que tinha alguma fama, comparável à do L34, que era o meu favorito, nos chamados digestivos. Há muito que deixei de beber brandies, optando sobretudo pelas aguardentes velhas, em que tem predominado a Fim de Século que me parece ter uma excelente relação qualidade/preço. Mas também uma aguardente branca, artesanal e barata, que costumo comprar em Almoçageme, colhe as minhas preferências gustativas. E macia que ela é!...
Ora, aqui há uns dias atrás, e depois de uma acolhedora favada, apeteceu-me beberricar um espirituoso para melhor jiboiar. Deparei-me, surpreso, com garrafas praticamente vazias, pelo que não me restava outra hipótese senão fazer uma surtida pelas reservas, já poucas, das prateleiras da despensa. Guardado há muito (não exagero se disser há mais de 35 anos), estava este Brandy Velho de Frasqueira, da Borges, com os seus 40º circunspectos e empoeirados, por fora. Imaginei que fosse ruim de beber, mas lá me resignei a abri-lo, porque, como diz o povo: "Quem não tem cão, caça com gato." E foi uma encantadora surpresa, na cor, no sabor e no aveludado trago de macieza na boca. Melhor que muitas aguardentes velhas que andam por aí. Para não falar da pobreza dos whiskeys que tantos portugueses bebem, por status parolo de internacionalismo. Assim, e por uma questão de justiça, tenho que louvar a velha casa Borges & Irmão, por este produto de excelente qualidade, muito provavelmente, esgotadíssimo no mercado.
Ora, aqui há uns dias atrás, e depois de uma acolhedora favada, apeteceu-me beberricar um espirituoso para melhor jiboiar. Deparei-me, surpreso, com garrafas praticamente vazias, pelo que não me restava outra hipótese senão fazer uma surtida pelas reservas, já poucas, das prateleiras da despensa. Guardado há muito (não exagero se disser há mais de 35 anos), estava este Brandy Velho de Frasqueira, da Borges, com os seus 40º circunspectos e empoeirados, por fora. Imaginei que fosse ruim de beber, mas lá me resignei a abri-lo, porque, como diz o povo: "Quem não tem cão, caça com gato." E foi uma encantadora surpresa, na cor, no sabor e no aveludado trago de macieza na boca. Melhor que muitas aguardentes velhas que andam por aí. Para não falar da pobreza dos whiskeys que tantos portugueses bebem, por status parolo de internacionalismo. Assim, e por uma questão de justiça, tenho que louvar a velha casa Borges & Irmão, por este produto de excelente qualidade, muito provavelmente, esgotadíssimo no mercado.
Pobre de mim! Sou dos tais que bebem uísque. Por gosto. Mas não desdenho dos mais que têm origem no mosto. E até digo, sem lirismos, que uso mais os de malte. Melhora o metabolismo. Preciso é que não falte. E sendo de uso diário - digo sem gabarolice - até fica mais barato. Que se lixe a parolice.
ResponderEliminarO meu pai, que não gostava de Brandy, bebia deste «30 anos». E muitos dos habitués dos cafés diários, depois do jantar, também.
ResponderEliminarOra que coisa engraçada, o seu Pai beber deste brandy Velho de Frasqueira (30 anos)..:-) Uma rica escolha, diga-se de passagem, porque é muitíssimo bom.
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