segunda-feira, 26 de março de 2012

Mercearias Finas 50 : vinhos velhos e a mal-amada Baga



Tenho dois amigos que, como eu, apreciam vinhos velhos. Esta preferência tem, no entanto, os seus riscos e é um investimento a longo prazo que, sendo bem sucedido, compensa - e muito.
Duas das castas portuguesas que proporcionam, muitas vezes, longevidade aos vinhos, são a Baga, na Bairrada, e a Ramisco, que está confinada à região de Colares. Mas estas castas autóctones produzem vinhos que, nos primeiros anos, são quase intragáveis - ásperos, amargos, muito adstringentes e fechados no aroma: é preciso ter paciência, esperar e deixá-los, se a colheita foi boa, uns anos na "adega" (garrafeira) a amadurar.
Esta garrafeira magnum (Encosta dos Mouros) de 1997, da Adega Cooperativa da Mealhada (em imagem), com os seus pródigos 13º, foi-se... há dias. Monocasta de Baga, na sua melhor expressão e de um bom ano de colheita, nos seus quinze anos de idade, tinha atingido a maioridade gustativa, e não iria aprimorar mais. Foi sacrificada a um magnífico Queijo da Serra babão, num prandial convívio de 6 amigos. Honra lhe seja: acabou por bem!

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