Teve algum nome e era falado, nos anos 50 e 60 do século passado, este poeta, António de Sousa, nascido no Porto em 1898, e que veio a falecer, quase em clausura, após a morte da Mulher - ao que dizem -, em Oeiras, no ano de 1981. Pertenceu ao movimento literário da Presença, publicou vários livros e traduções, colaborou nas revistas Vértice e Seara Nova.
Em jeito de epígrafe de "Livro de Bordo", o amigo Vitorino Nemésio dedicou-lhe dois poemas, e diz num deles:
Agora, amigo, a morte
Só tem de separar
O que nos nega a sorte
Do que Deus apurar.
António de Sousa está hoje esquecido. São ínvios os caminhos da eternidade literária e as selectas têm de ser restritas, com usura, na memória dos nomes que retêm. Talvez com alguma premonição do esquecimento, António de Sousa escreveu:
Meu coração - velha sanfona rouca -
tudo o que diga é um luar vencido.
O mel de amor amarga-me na boca
e a minha vida é um caminho ido.
Mas a luz não se acaba neste sono,
e a manhã tem a graça do menino.
Que eu chore o meu romance de abandono
- o que importa aos destinos do Destino?
Nota pessoal: faleceu, hoje, com 68 anos, em Lisboa, o escritor Antonio Tabucchi, nascido em Pisa, no ano de 1943. Amigo de Portugal e dos portugueses, o seu desaparecimento é uma grande perda, para nós.
Gosto deste poeta e tenho o Sete luas, que comprei há anos muito barato.
ResponderEliminarO meu, também não foi caro, MR. Talvez volte a falar de A. de S. porque, ao rlê-lo, creio que percebi melhor as razões e diferença ente a Presença e o Orpheu.
ResponderEliminarErrata:
ResponderEliminarRelê-lo, em vez de "rlê-lo".