terça-feira, 11 de abril de 2017

Mais um poema traduzido de Liliane Wouters (1930-2016)


Morrer não é senão mudar de aspecto,
libertarmo-nos deste casulo de carne e ossos,
como abandonámos o saco das águas.
Apesar de ficarmos mais nus do que à nascença,
porque até o nosso corpo pecará por defeito.


Liliane Wouters, in Le Livre du Soupir (2009).

4 comentários:

  1. Não conhecia a escritora e gostei bastante do poema.Convida à reflexão nestes tempos conturbados em que vivemos.
    Obrigado por partilhar.
    Muito boa tarde!

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    1. Foi um gosto.
      A poetisa belga é, realmente, pouco conhecida por cá: há que lê-la no original.
      Boa tarde!

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  2. É um excerto muito bonito - pode ser da tradução:) - mas não tenho nada a certeza de que seja assim. No entanto, também não me preocupa o que vai ser. Creio que, morrendo velha, vou desejar a morte mais ou menos. O Fim. Zero de zero. Começo a compreender também isso, a não importância, o não fazer falta e ser dispensável. Quem sabe, mesmo o empecilho que ninguém diz. Ou talvez diga.

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    1. Perde-se sempre alguma coisa numa tradução, mesmo que animada de boas intenções. É, quase sempre, preferível o original. E as dúvidas, quando existem, nem sempre serão resolvidas da melhor maneira - serão talvez é mais claras ao entendimento de quem ler.

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