quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Escrita e oral


Dizia, quem o conheceu e com ele privou, que o polaco (nascido na, hoje, Ucrânia), naturalizado britânico na idade adulta, Joseph Conrad (1857-1924), nunca falou correctamente o inglês. No entanto, alguns dos seus romances são considerados como extraordinariamente bem escritos e pertencem ao melhor da literatura da Grã-Bretanha, a par da obra de Kipling ou Dickens.
Outro tanto se poderia dizer do romeno E. M. Cioran (1911-1995), que tinha um francês falado algo atabalhoado, mas cuja obra escrita está expressa num francês puríssimo e do melhor estilo.
Esclarecem-nos os especialistas da Fonética que o aparelho fonador, de qualquer ser humano, se forma e adapta nos primeiros anos de vida. E, uma criança, ou começa logo a ser bilingue, ou mesmo trilingue, ou nunca conseguirá falar devidamente outras línguas, na sua pronúncia correcta e pureza original.
Caberia aqui lembrar o velho provérbio: "De pequenino, é que se torce o pepino."

2 comentários:

  1. Cá por casa há quem não pronuncie quase uma palavra quando por lá fora anda, em inglês ou francês, por ter uma "muleta" sempre por perto! Mas sabe escrever e lê ambas na perfeição. Falta-lhe um ouvido mais musical, quem sabe. Só me tornei trilingue em adolescente, valha-me o ouvido musical! O amor pelo país que adaptaram deve ter ajudado à escrita!
    Bom dia

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    1. Em todos os casos há, por trás, uma busca de perfeccionismo.
      Eu não vou tão longe, mesmo em alemão, que domino mal, prefiro dar erros a estar calado. O importante é fazer-me entender e abrir o diálogo. Mas conheço vários casos como o que refere..:-) Que são, aliás, de respeitar. Cada um é como é.
      Uma boa tarde!

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