domingo, 27 de agosto de 2017

Por entre Bibliofilia, História e Filatelia


Criada em Jerusalém, por volta dos anos de 1080/90 da nossa era, a Ordem de Malta foi chamada, ao longo dos séculos, sucessivamente, Ordem de S. João de Jerusalém, do Hospital ou dos Hospitalários, até ser conhecida apenas pelo nome da ilha mediterrânica onde se instalou a sua sede e o seu Grão-Mestre residente. De 1722 até 1736, ano da sua morte, a Ordem de Malta foi presidida pelo português António Manuel de Vilhena (1663-1736), a quem o Abade de Vertot, em 1726, dedicou a sua monografia monumental, em 7 volumes, que se tornou rapidamente um best-seller: em 1885, a obra contava já 123 edições, em várias línguas. A minha edição (capa em imagem), de 1761, é a segunda, em língua francesa, e foi comprada em finais do séc. XX.


O nome de António Manuel de Vilhena é hoje lembrado numa rua de La Valletta e ainda agora é considerado como um dos mais importantes Grão-Mestres da Ordem. Foi o terceiro  português Grão-Mestre - o primeiro era filho bastardo do nosso rei Afonso Henriques. Filho do conde de Vila Flor, um dos grandes combatentes da Restauração, António Manuel de Vilhena tem, em Malta, um sumptuoso jazigo em que se encontra inumado, bem como uma estátua que testemunha a sua memória ilustre, reconhecida pelos habitantes da Ilha.



Pelo menos, desde o século XX, a Soberana Ordem de Malta tem emitido selos. Decerto, inicialmente, apenas na categoria de vinhetas, que acompanhavam, para efeitos de propaganda, a franquia postal de correspondência, em alguns países europeus, onde tinha representação.
A má língua refere que, em Portugal, a grande maioria dos cavaleiros de Malta é composta por bancários e sucedâneos. Os banqueiros eram mais da Opus Dei...
Voltando aos aspectos meramente filatélicos, posso ainda informar que, desde 1967, a França, pelo menos, aceita esses selos da Ordem de Malta, na correspondência nacional, e certifica-os com poder de franquia.

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