A fragilidade da vida humana
Esse baixel nas praias derrotado
Foi nas ondas Narciso presumido:
Esse farol nos Céus escurecido
Foi do monte libré, gala do prado:
Esse nácar em cinzas desatado
Foi vistoso pavão de Abril florido:
Esse Estio em Vesúvios encendido
Foi Zéfiro suave em doce agrado:
Se a nau, o sol, a rosa, a Primavera
Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel
Sentem nos auges de um alento vago:
Olha, cego mortal, e considera
Que és rosa, Primavera, Sol, baixel
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.
Francisco de Vasconcelos
A F. que comia barro
Dizem-me que estais doente
De doença tão pesada,
Que por ser de barro é nada,
E só no peso se sente:
Crede-me que estou contente,
Pois quando a Terra comeis,
Mais eterna vos fazeis,
Pois se a terra os corpos come,
E se a comeis vós com fome,
Quem vos coma não tereis.
Jerónimo Baía
Fez-me lembrar Beethoven. Faz sentido?
ResponderEliminarTem que me dar umas pistas, c.a.,para eu tentar seguir a sua associação!...
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