sexta-feira, 20 de maio de 2011

As novas Taifas


Taifa, para quem não saiba e no contexto da Península Ibérica, significa, no passado histórico, um principado muçulmano independente. Mas taifa, neste poste, terá também um significado metafórico.
As taifas, recentemente, começaram na Tunísia, passaram ao Egipto e, depois, contagiaram a Líbia, num mimetismo de imitação que me provocou algumas dúvidas. Vitoriosas nos dois primeiros países e amplamente cobertas pelos media, talvez por falta de assunto, têm arrastado um longo e penoso empate técnico na Líbia. Beliscados e contagiados, foram também o Yemen, a Síria e a Jordânia. Mas os jornalistas, talvez cansados (coitadinhos...), já quase deixaram de falar nisso. Hoje, pouco sabemos se a Tunísia e o Egipto, afastadas as ditaduras, se encontram melhor e se as populações, realmente, beneficiaram com estas taifas. Até a Sra. Clinton e Obama deixaram de falar destes países...
Mas o movimento das taifas, depois de avassalar o sul e o leste, atravessou o velho Mar Mediterrâneo, avançou para a Ibéria e ocupou a Puerta del Sol, em Madrid. As visitas do Arpose que me desculpem  o cepticismo e a idade, porque não os posso evitar. Um dia destes deverá chegar, em aduar, ao Marquês de Pombal ou ao Rossio, em Lisboa. Esta imitação mimética, promovida pelas redes sociais (não são os pobres que se revoltam, esses, normalmente, nem têm telemóveis), preocupa-me. Falta aqui uma razão substantiva, uma ideologia concreta, um programa de futuro. Claro que o presente é cinzento e o futuro, parece, negro. Mas é preciso muito mais do que isto para destruir um sistema perverso que começou a instalar-se e reforçar-se, impunemente, sobretudo a partir da queda do Muro de Berlim.

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