terça-feira, 7 de agosto de 2018

Pinacoteca Pessoal 137


Filha de cantores de ópera, a pintora norte-americana Gertrude Abercrombie (1909-1977) passou três anos da sua infância na Alemanha, tendo-se fixado, a partir de 1916, em Chicago. Completou o curso de Belas Artes e começou a pintar cedo, tendo tido algum sucesso com as suas primeiras exposições. Era grande entusiasta de Jazz e contava, entre os seus amigos, com Charlie Parker, Sarah Vaughan e Dizzie Gillespie, tendo este último tocado na cerimónia do seu segundo casamento.


A sua pintura é um pouco desconcertante, com algo de naïf, pelos temas e despojamento de cenários, sendo de difícil classificação, muito embora os críticos de arte a incluam, normalmente, no Surrealismo. Diversos auto-retratos, naturezas mortas e paisagens quase desérticas, bem como cenas de interior, são predominantes na sua obra. A que acrescentava, com alguma frequência, gatos e caracóis, como se fossem uma espécie de ex-libris. Ou outros pequenos símbolos.


A meio da vida, exprimiu a sua maneira de ser e de pintar, de forma lapidar, assim: Não estou interessada em coisas complicadas, nem em lugares comuns. Gosto de pintar coisas simples, mas que sejam um pouco estranhas.

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