domingo, 26 de agosto de 2018

Pelo contrário...


Nem sempre é fácil encontrarmos o contraveneno ou contraponto para um estado de espírito menos positivo, intenso, ou para quando nos domina, temporariamente, um pessimismo antropológico acentuado. É certo que podemos simplesmente aguardar que o vento mude de direcção...
Mas quando eu pretendo acelerar a mudança, é quase sempre à musica ou à leitura que recorro, procurando a compensação. Através da música, os meios e a escolha revelam-se mais simples e directos. Com a leitura, a procura é, normalmente, mais complicada e hesitante.
Compreendi, hoje, no entanto, que Cioran é a man for all seasons, no meu caso. Porque depois de o ler um pouco, como diria Pessoa: ... o universo / reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.

3 comentários:

  1. Gostei das considerações no primeiro parágrafo. Especialmente do
    pessimismo antropológico. Não me parece é que consiga desaparecer
    com a direcção do vento. A música sem dúvida, dá uma enorme ajuda.
    Quanto aos livros vai sendo cada vez mais difícil, muito pela falta de
    visão. Tomei nota de Cioran. Boa semana.

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  2. De Alberto Caeiro - Um pedaço do lindo poema "Quando vier a Primavera"
    Quando vier a Primavera / Se eu já estiver morto /As flores florirão
    da mesma maneira/ E as árvores não serão menos verdes que na Primavera
    passada / A realidade não precisa de mim.
    .........................

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    1. Chamavam a Cioran, "filósofo de rua". Tem sido uma presença de leitura, constante para mim, desde os anos 60. Menos por concordância e mais por oposição, para melhor me situar, eu próprio, porque os seus aforismos são muito estimulantes.
      Agradeço-lhe o Alberto Caeiro, que é sempre bom lembrar.
      Uma boa noite.

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