quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tribalismo e barbárie


Setenta e quatro mortos, até agora. É o inverno da primavera árabe, no Egipto, tendo por palco o relvado de um campo de futebol. Reúnam-se o irracionalismo selvagem e a perda de capacidade psicológica das forças de segurança, depois da queda de uma ditadura, e podemos ter a carnificina e o massacre. Como ontem, em Port-Said. O treinador de uma das équipas e o seu adjunto, portugueses, escaparam, por milagre ou sorte , com escoriações, à horda selvagem e tribal.
São estas as excelências cândidas deste nobre desporto... Que, em Portugal, também são exacerbadas por trauliteiros directores de clubes, por mesas redondas televisivas intermináveis onde, em vez de se apelar à inteligência e à cabeça, se puxa para o chinelo e para o pontapé. Não fossem as centenas de polícias, que se destacam para os jogos "de risco", e teríamos cenas de barbárie em Portugal, como as que aconteceram no Egipto.
Entretanto, com a candura de Pilatos, continua a glorificar-se o futebol.
O irracionalismo é uma constante humana, infelizmente, sobretudo em mentalidades sub-desenvolvidas. Por isso não há muitas razões para optimismo. Continuamos no "pão e circo" para distrair o povo, e quando não há pão, o circo torna-se muito mais agressivo e tribalesco

2 comentários:

  1. A propósito deste assunto, uma entrevista interessante aqui: http://www.ionline.pt/mundo/antonio-negri-nao-ha-saida-crise-guerra-tornou-se-uma-possibilidade

    Bom fim de semana, APS!

    ResponderEliminar
  2. Seja muito bem aparecida, c. a., após esta longa hibernação!
    Segui a sua dica, e fui ler a entrevista de Negri, que achei excelente e com que concordo quase totalmente - obrigado.
    Bom fim-de-semana também, para si!

    ResponderEliminar