segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Portugal no seu melhor


Por mero acaso, assisti na TV a um diálogo (com moderadores equilibrados, mas activos e perspicazes) entre Manuel Alegre e José Cid. Sobre temas da actualidade. Nada de mais oposto, politicamente. José Cid, monárquico empedernido, Manuel Alegre, retintamente republicano, mas ambos de uma coerência ideológica firme e cristalina que nunca excluíu um diálogo urbano, solidário e inteligente. Houve momentos de emoção, de humor, de picardia, por vezes, mas sempre num tom de respeito democrático e elevado. Foi salutar, para mim. Até ambos, numa aliança de nobreza e dignidade, recusaram "jogar", durante o programa, o desporto, muito em voga hoje em dia, denominado "tiro ao Cavaco" - assim crismado pelo acutilante Professor Marcelo.
No final, José Cid sentou-se ao piano e cantou, com letra de Manuel Alegre, uma canção dedicada a um amigo comum - Adriano Correia de Oliveira. O Poeta assistiu, de rosto emocionado. Foi um momento bonito de uma fraternidade portuguesa que pode ultrapassar os pormenores da divergência, para se unir, naquilo que nos é essencial. 

2 comentários:

  1. Por acaso também assisti. Deviam arranjar outro décor. E outros maples por dava a sensação de que ambos estavam incomodamente sentados.

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  2. É verdade, MR, ou não fosse a perspectiva feminina aguda, e complementar. Mas o diálogo era tão agradável, que eu até me esquecia do resto.

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