sábado, 3 de junho de 2023

Memória (enológica) 146



Pelo Fugas, do jornal Público de hoje, me vem a notícia de que foi posta à venda a mais recente edição (de 2014) da Reserva Especial da casa Ferreirinha, com o preço recomendado de 280 euros. Ainda me lembro que a sua "irmã mais crescida" Barca Velha, em finais dos anos 70, se vendia numa charcutaria da rua Alexandre Herculano, por cerca de Esc. 600$00. Também nessa altura eu não estava disposto a esportular tal maquia...



Sempre que, nas grandes superfícies, vou escolher vinhos, constato o curto espaço nas gôndolas ocupado pelos vinhos da Bairrada, que sempre foi (injustamente) uma região mal-almada, excepto na zona pelos seus habitantes. Mas também tenho verificado que o linear dos vinhos do Dão, muito celebrados antigamente, se tem reduzido substancialmente, nos últimos tempos.



Ganharam entretanto, e muito, os vinhos do Alentejo e do Douro. E os vinhos Tejo estão também a crescer. Eu vou-me ficando pelas minhas relíquias guardadas, como um muito bom bairradino tinto Sidónio de Sousa de 1998 (garrafa nº 10.328 de 16.000), com 12,8º, que, há dias, acompanhou umas perdizes estufadas. Com o esplendor devido, na sua maturação plena da casta Baga, e com os seus 25 anos de idade.

6 comentários:

  1. Tenho ideia do Barca Velha custar 600$00, enquanto o Reserva Especial era notoriamente mais económico.
    Como nunca fui capaz de distinguir um do outro, para certas ocasiões ia sem hesitações para Reserva Especial.
    Após um longo período de ausência, o Reserva Especial voltou a dar sinal de vida !
    Quanto a mim, no entanto, a um preço pouco apelativo.
    Quando provadores com nome e fama atribuem uma Medalha de Ouro a um vinho de 2 e meio euros sou levado a pensar que algo vai mal no reino da Dinamarca !

    Um abraço.

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    1. Há muitos exageros...
      Embora eu conheça 2 ou 3 pessoas que compram vinhos caros para assegurar qualidade (??), eu sou muito comedido a comprar. Em princípio nos brancos até 3,5 e nos tintos posso ir até aos 5 euros. Abro excepções para alguns produtores que considero de excepção: Alves de Sousa e Sophia Bergqvist (no Douro), Luís Pato (Bairrada), Canto Moniz (Dão), António Lança (Alentejo) e muito pouco mais, como o Alvarinho Deu-la-Deu da Adega Coop. de Monção.
      Abraço cordial!

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  2. Lembro-me bem dessa mercearia da Alexandre Herculano. Acho que era Martins & Rebelo que também tinha uma loja na Rua do Carmo. Nesses anos era o que havia com a Jerónimo Martins na Rua Garrett.
    Não percebo nada de vinhos. Provo e gosto ou não gosto. Compro vinhos dentro de um preço razoável para a minha bolsa. É raro dar mais de €5,00 por um vinho, a não ser para alguma oferta.
    Quanto às medalhas, já comprei vinhos desconhecidos medalhados baratos. Quando volto para os adquirir de novo, o preço... upa, upa!
    Bom almoço!

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    1. Creio que era do Martins & Rebelo, realmente, e tinha uma boa garrafeira.
      Nos supermercados a política de preços é desconcertante. Nas promoções chegam a pôr vinhos a metade do preço... Quem suportará o abate? Não devem ser eles, por certo.
      Hoje, o almoço foi mais modesto, mas estava muito bom.
      Boa tarde.

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    2. Claro que é o produtor.
      Boa tarde!

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