domingo, 19 de janeiro de 2020

Eugénio


Creio que nunca disse tudo sobre Eugénio de Andrade (1923-2005). Talvez me guarde para o centenário, se eu chegar lá, e ainda for a tempo. Para já, são só 97 anos que o poeta faria hoje, a 19 de Janeiro, se ainda fosse vivo. E a última vez que o vi foi na Feira do Livro, no Parque Eduardo VII. Estranhamente lhe notei um grosso anel de prata (?) no dedo anelar da mão esquerda. Ele que não era nada de penduricalhos, sobretudo em poesia. Autografou-me os dois livros de histórias infantis, que ele escrevera para o afilhado Miguel, trocámos breves palavras formais e despedimo-nos, para sempre.


Da sua poesia é que eu nunca me despedi. Como disse Óscar Lopes: " tudo em Eugénio de Andrade acaba por amanhecer de novo, alado, fresco, rumoroso e frágil de orvalho..."

3 comentários:

  1. disse bem Óscar Lopes. Também vi o Eugénio pela primeira e última vez na feira do livro de Lisboa. E tenho ainda o livro de poesia dita infantil e dedicado ao afilhado Miguel oferecido a um outro Miguel e que passado tempo ele, "Toma, gostas mais dele que eu". E há aquela sua letrinha pequena e apertada na dedicatória.

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  2. Numa instantanea mirada, pareceu-me que o desenho era do Siza.
    Afinal é do Ângelo.
    Óscar lopes definiu muito bem a poesia de Eugénio.
    Quem poderia dizer melhor ?

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    Respostas
    1. Tinha uma certa lógica ser do Siza, que o Ângelo não era muito propenso a retratos...
      Todas as diversas abordagens à poesia de E. de A., por parte de Óscar Lopes, são muito boas; Eduardo Lourenço tem um ensaio interessante, mas inferior.
      Uma boa semana.

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