segunda-feira, 3 de abril de 2017

Litorais a Oeste


Mais do que a zona ribeirinha de Cacilhas, que poderia ter outro melhor aproveitamento, a praça central de Porto Brandão, junto ao Tejo, apresenta ainda um aspecto mais confrangedor de ruína e abandono. Carreiras de barcos, de e para Belém, são de hora a hora e acabam às 21h00, os cães preguiçam deitados no chão, velhos circulam lentamente e alguns jovens, na única esplanada aberta, vão apanhando o Sol que podem.



À retaguarda a mesma desolação impera, ganha apenas pelo silêncio da tarde quente que mais parece de Junho do que de Abril. Por todo o lado há traços de actividades extintas e indústrias marítimas que se perderam para sempre. No cais esburacado dois pescadores e uma pescadora lançam a linha sobre o rio quase quieto onde várias taínhas rebrilham em reflexos sinuosos sob as águas. 



E até a garça, inesperada e vigilante sobre o Tejo, depois de se deixar fotografar por nós, se foi embora daquelas paragens, que pouco ou nada já podem oferecer.

6 comentários:

  1. Apesar da decadência notória fiquei com vontade de ir até lá.
    E gostei das fotos. Um assunto arejado, e espero por
    mais viagens. Boa noite.

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    1. A travessia do Tejo, quer seja de comboio (pela Ponte), quer de barco (cacilheiro), é sempre muito agradável.
      É claro que de Porto Brandão, a vista de Lisboa é magnífica - que é o que lá existe de melhor. E ver o Tejo passar.
      Bom resto de semana!

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  2. Mas tão lindinha a garça, feita ponto de interrogação simétrico.
    Fui lá apenas uma vez - a Porto Brandão -, cheirava a pobreza triste.

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    1. Mas desapareceu sem darmos por isso...
      O mais notório, na vila, era sobretudo o desleixo.

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    2. E a pobreza o que é senão também esse desleixo triste de ver?! Nunca pensou nos lugares de que gosta? Podem ser silvestres ou não, mas não são desleixados. A ambientes desleixados falta o olhar de quem pode.

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