... No período de ouro do «milagre económico alemão», nos finais dos anos sessenta, na estação de Colónia, os alemães recebiam eufóricos o imigrante «um milhão», que aconteceu ser um português do Algarve, baixinho de estatura, tímido, e que, sem compreender uma palavra daqueles que o saudavam, agradecidos por ele ter chegado para a construção da Deutscher Wunder, recebia como prémio uma motocicleta e um ramo de flores. Um documentário daquela época mostra esse dia na estação de Colónia, era Outono, estava frio, e o presidente do patronato alemão cumprimenta aquele Gastarbeiter, cuja tradução mais precisa é «trabalhador convidado». ...
Luis Sepúlveda (1949), in Crónicas do Sul (pgs. 45/6).
e quem era, para além do aspecto, esse senhor "um milhão"?
ResponderEliminar«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades / Muda-se o ser, muda-se a confiança»...
ResponderEliminarBom domingo!
É verdade, MR: 50 anos fizeram toda a diferença.
EliminarRetribuo, cordialmente.
Que interessante! Boa tarde!
ResponderEliminarBons tempos... para os emigrantes.
EliminarBoa noite.
Fui hoje requisitar à biblioteca este livro, mas tendo
ResponderEliminarpassado uma vista de olhos não me parece que o vá ler.
Nunca me sinto em condições para duras realidades que
me parece ser o caso dos temas deste livro. Só o nome
Pinochet me arrepia. Em tempos já longinquos. julgo ter
lido dois romances de Sepúlveda, mas este vou dispensar.
Boa noite e desculpe hoje, tantos comentários.
É muito marcado o registo interventivo de Luis Sepúlveda, neste livro, embora não devamos esquecer que ele integrava a guarda (laica) pessoal de Allende, e esteve preso.
EliminarGosto de o ler, ainda que a sua escrita não tenha a profundidade de Sebald. Talvez o "Patagónia Express" (das Edições Asa, também) possa ser uma boa alternativa.
Nada a desculpar - uma boa noite!