domingo, 4 de setembro de 2016

Ter ou não ter jeito


Quantos de nós, atraídos pela magia do preto e branco das teclas, nos sentámos, ao menos uma vez na vida, frente a um piano na efémera expectativa de lhe arrancarmos uma melodia?
Mas há coisas fatais: ou se tem vocação e queda, ou será inútil. Sempre fui desajeitado com instrumentos musicais e até a simplória e rudimentar gaita de beiços de infância, que aparece na imagem (à direita), nunca lhe dei bom préstimo. Ainda me compraram uma Hohner, mais sofisticada, mas o problema não era do instrumento, mas do instrumentista...



Também, mas de meu Pai, herdei uns maciços e bons antigos patins de ferro, pesadíssimos. Dois ou três dos meus melhores amigos de infância aprenderam a andar por eles, na garagem de minha casa. Eu bem tentei, mas depois de algumas quedas aparatosas, honestamente, desisti. Porque não vale a pena tentarmos torcer o destino: ou temos jeito, ou não. O mesmo pode também acontecer com os poetas. Mas anda por aí muito enganado, a pensar que trina ou canta... E continua. Gabo-lhes a cegueira ou a prosápia!...


5 comentários:

  1. Ah!Ah!Ah! Lá isso é verdade!

    Na música, tenho uma grande frustração: um péssimo ouvido!
    Adoro cantar. Várias vezes, alguns professores de música me elogiaram a voz (que hoje, à força de tanto falar alto - muitas vezes ralhar - na sala de aula, está diferente), mas tenho falta de ouvido e deturpo as músicas todas! Não há nada a fazer! Tenho pena. Portanto, também nunca tive jeito para tocar qualquer instrumento musical, e gostava de ter aprendido.

    Cada um é para o que nasce!

    Um bom domingo:)

    (As fotografias são suas? Ainda tem esses brinquedos? Que giro!)

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    1. Como diz o bom senso popular: "Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?", mas há sempre quem insista, provavelmente, por falta de sentido crítico ou de proporções.
      A primeira foto é de HMJ, que a tirou para a rubrica "O Baú de Brinquedos" (creio que teve 15 postes), aqui no Arpose, donde consta uma boa parte dos nossos brinquedos sobreviventes.
      Um resto bom de tarde, Isabel!

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  2. Eu tive aulas de órgão e toquei muitos anos mas, deixei de ter um teclado e nunca mais toquei. Dizem que tinha jeito, mantenho o bom ouvido e sou uma consumidora de música difícil de enganar...

    Que objectos lindos!

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    1. Não devia ter abandonado, foi pena. Porque a vocação é um dom raro. Eu acho-me bastante rombo de ouvido, infelizmente...

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  3. Estive a ver os post da rubrica "O Baú dos Brinquedos" todos! São giros, giros!

    Contei 16, incluindo um que conta a história de uma fotografia.

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