sexta-feira, 22 de junho de 2012

Máxima (e, por isso, comprida e sem imagem)

É por isso que eu já não consigo gostar de futebol.
O entrecosto estava óptimo, o ar, leve, e a luz de Verão insinuava-se feliz na esplanada outrabandista.
Mas, depois de uma vitória da selecção nacional, é impossível, num restaurante mediano e popular, pensar se estivermos sozinhos, ou dialogar, se acompanhados. A menos que se grite, porque todos berram, alguns até de mesa para mesa, tentando fazer prevalecer a sua sabedoria de treinadores de bancada e exímios conversadores da treta. Não há remédio: ninguém se lembra da crise, e Salazar sabia-la toda, com a sua estratégia dos três eFes. Mas isto, agora, está muitíssimo pior...
Tive que comer a torta de laranja à pressa e afastar-me, rapidamente, da Babel. 

APS, in 22 de Junho de 2012 ( no dia seguinte à vitória sobre a selecção da República Checa, por 1-0).

P.S.: que acosta, no seu lídimo "O Linguado", me desculpe, mas há coisas superiores ao meu desportivismo democrático.

2 comentários:

  1. ...como eu compreendo o que diz/escreve... Se seguisse a minha página-muro de lamentações no facebook, veria uma incomodidade desmedida com tudo isto. No Linguado procuro manter a compostura e a urbanidade...
    (Mas gosto de futebol, não destes patriotismos miseráveis e das vedetas tipo champô. E vou já ver o Eng. Fernando Santos e o horrível futebol grego tentar dar uma lição ao arrogante, mas tão belo, futebol germânico).

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  2. Também eu torcia pela Grécia, pelo menos, por duas razões, mas os deuses do Olimpo não protegeram os rapazes...

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