quinta-feira, 1 de maio de 2025

Um poema de Reiner Kunze (Alemanha, 1933), em versão portuguesa

 

Dia Irreal de Maio


As cerejeiras e as pereiras floresceram tanto
que se transformaram
em nuvens brancas

A aldeia, em flor,
flutuou para longe

Com o nosso cabelo branco
fingimos pertencer-lhe
e livrámo-nos do peso


Reiner Kunze, versão de Vasco Gato, in Uma só Carne com a Noite (pg. 597).

6 comentários:

  1. Que belo e significativo poema!
    Efectivamente, o peso dos nossos cabelos brancos fica mais leve e até poético, quando comparado com a alvura das cerejeiras e amendoeiras em flor.
    Gostei muito.

    ResponderEliminar
  2. Já há uns dias que ando a ler este poema. Lindo! Talvez compre o livro.
    Bom sábado!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O livro com as traduções de Vasco Gato tem poemas muito bons. Este é um deles.
      Bom fim-de-semana!

      Eliminar