Por entender que me assiste uma dupla
razão para falar da emigração portuguesa – esquecendo uma imigração voluntária
em contraciclo – não posso, no dia de hoje, deixar de manifestar o meu profundo desagrado perante a falta de humanidade, discernimento e completa ausência de aprendizagem
dos emigrantes portugueses.
Com o devido respeito, uma grande
parte saiu, por necessidade, mas carente de uma educação básica que o país lhes
negou ! Se alguma educação, formação profissional ou cultura adquiriram, foi no
país de acolhimento que, graças a uma abertura de espírito de muitos, ajudou
para que o objectivo, essencialmente capitalista, também tivesse uma face humana.
Remete para a imagem para recordar
a recepção de um imigrante português na Alemanha.
Obviamente não pretendo passar
uma esponja sobre muitas adversidades, atropelos e explorações espúrias.
Mas, é por tudo isto, de
experiências marcantes em terras alheias que não entendo o sentido de voto dos emigrantes/eleitores, sobretudo na Europa.
Então, se o Estado Novo era tão
bom para os pobrezinhos, como diz agora um partido de extrema-direita
portuguesa, por que motivo fugiram tantos portugueses ou foram saltar a
fronteira em condições abomináveis ?
E, agora, “amiguinhos” vão eleger
os sucedâneos dos abutres e carcereiros da altura ?
Enfim, a educação e formação que
receberam, pais, filhos e descendentes, passando de uma miséria de condições de
vida, e habitação indigna, para uma condição humana relativamente civilizada, não permitiu desenvolver
um pensar crítico sobre os verdadeiros agentes da construção democrática?
Bem sei que a vida é feita de opções!
Votar em quem pretende – de forma ínvia – cortar as conquistas da democracia e
da liberdade, limitando também a vivência civilizada dos emigrantes portugueses
no centro da Europa, manifesta uma enorme ignorância, falta de virtude e,
sobretudo, incapacidade de mostrar que aprendeu alguma coisa na vida.
Parece que não aprenderam a viver
em liberdade depois da Ditatura !
Com enorme pena minha, porque trouxe comigo a DEMOCRACIA, bem superior da Humanidade, custa a aceitar esta deriva acrítica, acéfala e desumana. Tanto em Portugal como na Europa.
Post de HMJ
Eu, por mais voltas que dê à cabeça, não vejo racionalidade neste voto na extrema-direita. Nem lá fora nem cá dentro. Mas em Portugal a falta de habitação pode explicar muito do desencanto e da raiva que as pessoas sentem. Só espero que não se transforme em ódio.
ResponderEliminarE infelizmente isto não é uma especificidade portuguesa.
Bom dia!
Para MR.
ResponderEliminarNa votação no círculo da Europa a SIuÇA é a vergonha suprema ! Folgo muito que os votos da Alemanha não tenham ido também para os amigos nazis da AfD, gentinha da mesma laia não recomendável de ponto de vista ético, moral, cultural e humano. Falta-lhes tudo, essência democrática que uma boa parte dos eleitores nunca soube apreciar. Tenho pena que a educação não tenha tido um efeito mais civilizadora.