Embora os bandos de estorninhos continuem muito pequenos e dispersos pelo azul, nunca os tinha visto em Fevereiro sobre o Tejo. Talvez porque o sol, neste Inverno, quase não tem parado de brilhar e, quanto a chuva ou água, só a do rio. Por onde logo avistei o primeiro pato selvagem que, na silhueta esguia e voo elegante, bem parecia um minúsculo Concorde. Depois surgiu o segundo, do lugar oposto, e ficaram por ali, em voo cruzado a patrulhar o rio, e a não mais que dois metros de altura sobre as águas. Ainda pensei que marcavam encontro comigo, porque os vejo quase sempre, no seu voo tão directo e tão diferente do das gaivotas. Mas não: decerto, como eu, afeiçoaram-se a este passeio ribeirinho. E, sempre que podem, lá voltam. Como acontece comigo, que não descanso, enquanto os não descubro pelo Tejo. Para completar a tarde quase perfeita.
Livros de cozinha - 151
Há 8 horas
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