sábado, 2 de setembro de 2017

Uma fotografia, de vez em quando... (92)


É óbvio que, à excepção de uma parte dos grandes fotógrafos ainda vivos (Sebastião Salgado, por exemplo) ou dos casos de vocação estética de comprovada qualidade, depois das polaróides, quase toda a gente comum fotografa a cores. Dizia e bem, Derek Jarman (1942-1994) que O uso do preto e branco anula, de algum modo, o lado decorativo e intensifica a concentração. Eu acrescentaria que não perdoa nem o amadorismo, nem a vulgaridade, que se tornam mais evidentes e notórios. Para lá dos temas formatados e habituais.



Não será o caso da espanhola Cristina García Rodero (1949) que, maioritariamente, se desafia no contraste imperdoável e vital do preto e branco, sem atenuantes, abrindo apenas excepções para retratos régios (rainha Letizia, e pouco mais), de personagens que não abdicam destas fulgurações coloridas e banais, para um aplauso da geral, raramente criterioso e ainda menos fundamentado.



Privilegiando instantâneos do mundo rural, em muitas das suas fotografias se esboçam sinais discretos de um humor inocente, mas inteligente, sobre cenas tradicionais do seu país, evitando embora o traço vincado da caricatura crua e dura. Cristina Rodero integrou a Agência Magnum, em 2005, -  atestado seguro de que a qualidade da sua obra é reconhecida internacionalmente.

8 comentários:

  1. Por muito negro que seja, o mundo é a cores...
    Negar a cor é negar a realidade.

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    1. Quem sou eu para o contradizer?! Mas não deixa de ser uma opinião.
      Embora eu considere que uma fotografia a preto e branco é uma espécie de "prova de artista", como nos pintores.
      Votos de um bom fim-de-semana!

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    2. Mas eu aprecio também um bom trabalho a B&W...
      E depende do tema, naturalmente.

      Muito obrigado.

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    3. Parece que estamos de acordo, felizmente.
      Até, porque, como diz o anúncio: "O algodão não engana..."
      Bom resto de Domingo!

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