segunda-feira, 12 de junho de 2017

Mercearias Finas 123


As hortênsias, no terraço, estavam um esplendor, mas os tímidos jarros, embora pequenos e encaracolados de feição, não se ficavam atrás, e alindaram com lirismo sóbrio a mesa. O Frei Gigante, que é um vinho branco esplêndido e estava no frigorífico, veio dos Açores para, picaroto, nobre e insular, nos acompanhar, condignamente. Com o seu raro Terrantez, o Verdelho e o Arinto islenho, de sabor seco e vulcânico, mas oloroso. Do congelador, a tempo de estabilizar, tirámos, manhãzinha cedo, o alaranjado Lavagante, já descascado e cheio de minúsculas ovas róseas, que nos esperavam, há uns dias, pacientemente. As gambas vieram do Mercado da Ribeira, da banca pródiga da Teresa, sempre atenciosa a aviar. Ah!, os pepinos e a cebola da salada vieram de Constância, por mão amiga. A alface e o tomate eram, também, da 24 de Julho - bem frescos. As bananas eram da Madeira e, embora na sua habitual pequenez maneirinha, trouxeram o seu paradisíaco rescendor.
E, assim, se compoz, gastronomicamente, um feliz almoço, ontem, no passado Domingo de Junho.

10 comentários:

  1. Que poste tão requintado, a começar pelo esplendor
    das hortênsias, e demais descrições. Devia ter sido
    delicioso!

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    1. O lavagante merecia um tratamento à altura..:-)
      E há muito que não tinhamos tantas hortêsias no terraço.
      Foi na verdade um almoço muito saboroso e fresco.

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  2. Respostas
    1. Palavras de sabedoria!
      Bom dia de Sto. António, mesmo que em terras de calvinistas!..:-))

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    2. Ahahhh! Bem apanhada! Fez-me rir com gosto!

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    3. Também fico contente, com o resultado..:-)

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  3. Uma mesa muito lindo para o que foi (de certeza) um bom almoço.
    Boas «mercearias finas«!

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  4. Hoje, vamos ser mais "morigerados"!..:-)
    Obrigado, e igualmente!

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