quinta-feira, 20 de maio de 2021

Do que fui lendo por aí... 43

O livro é de leitura agradável, convidando à fluidez natural dos temas e à elegância da escrita. O autor, pertencente a uma dinastia que se foi perpetuando nas Necessidades, reuniu no volume textos vários já publicados em revistas e jornais (JL, sobretudo, Grande Reportagem, Semanário...), abordando assuntos literários, políticos, sociais. Escolhi umas linhas, da página 290/1, em que Marcello Duarte Mathias (1938) fala de enologia e Cascais, assim: "Das coisas que me divertem, logo que chego a Portugal, é ir ali a uma loja de vinhos em Cascais abastecer a minha mini-cave com meia dúzia de boas garrafas de tinto e branco, é sempre dinheiro bem gasto. Não sendo, todavia, grande enólogo, aconselho-me com um senhor simpático que trabalha no local e que já conhece os meus gostos e preferências. Lá me vai recomendando uns brancos secos, mas não muito, uns tintos leves e saborosos de cor fina até acertarmos naquilo que procuro. E ali me deixo ficar um bom pedaço naquela penumbra convidativa, a admirar o figurino e a elegância das garrafas, alinhadas nas prateleiras de madeira como livros ao longo duma estante, os rótulos e os pormenores que referem as regiões donde provêm..."

Percebi o porquê da minha preferência e selecção do texto do Embaixador, lembrando-me que em meados dos anos 70 também por lá andei (Cascais), e dessa (creio) loja trouxe uns Messias Garrafeira Particular, brancos, e uns Colares Chitas, tintos, que deixei amadurecer na minha garrafeira para proveito meu, da família e de bons amigos que me acompanharam à mesa, anos depois.

grato reconhecimento a H. N., que me proporcionou esta leitura amena.

4 comentários: