terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Divagações 140


As coisas importantes, para quem gosta de reflectir, precisam de repousar um tempo, antes de serem contadas. Perde-se o pormenor, mas ganha-se e avulta a riqueza exclusiva do essencial. E a análise dos factos acaba por ser, normalmente, mais justa. O tempo acrescenta razões, explica motivos que, na altura, pareceram desajustados e excessivos, atenua a emoção de julgamentos apressados.
Ganha quase tudo a devida proporção da verdade.
É por isso que, talvez agora, se possa começar a  pensar no 2018, que acabou, há dias. E sem pressas. Mas também resgatar alguns propósitos para este novo ano. Eu seria modesto e pouco ambicioso. No que vou escrevendo, gostaria de ser mais comedido nos adjectivos, que são sempre uma tentação caracterizante (São Simenon me valha!...) e mais cauteloso nos advérbios de modo - o que já não é pouco, convenhamos.

para AVP, que me tem falado nos também...

2 comentários:

  1. Concordo inteiramente consigo sobre as vantagens do tempo. De facto "Perde-se o pormenor, mas ganha-se e avulta a riqueza exclusiva do essencial". O difícil é conseguirmos esperar para ter esse distanciamento (por vezes falta a paciência, ou o tempo). Bom dia!

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    1. É verdade, Margarida, e eu também sofro desse mal, da impaciência. O desabafo e a catárse sobrepõem-se, muitas vezes, pela pressão que exercem.
      Um bom resto de semana.

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