quarta-feira, 21 de junho de 2017

Aditamento (à temática: jornalismo)


Para avaliar o tipo de jornalismo indigente que se vem fazendo em Portugal, basta lembrar a inventona, ontem, da "queda de avião Canadair, perto de Ouzenda", que circulou pela quase totalidade dos canais televisivos, durante mais de três horas. Até vir a ser desmentida, categórica e oficialmente, pela autoridade de combate aos fogos, no briefing das 19h00.
Quem disse que, em Portugal, não havia fake news?

7 comentários:

  1. Quando o próprio M.A.I. o chegou a confirmar...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não dei por isso. Até porque teria, então, que haver um desmentido (que não houve) por parte da senhora Ministra ou seu representante.
      A prestação da jornalista da SIC Notícias foi esclarecedora, para mim. E, segundo ela, a fonte teria vindo da Protecção Civil, para a atoarda, mas não personificou nunca a(s) personalidade(s) envolvida no boato.
      Nas perguntas e respostas post-briefing, nenhum jornalista apontou o dedo ao M. A. I., também...

      Eliminar
    2. Na verdade, houve diversos organismos oficiais que confirmaram ter sido alertados pelo Serviço Nacional de Proteção Civil. Podemos dizer que todos os cuidados são poucos, e que, perante a suspeita, mais vale agir contando com o pior. Mas isso não torna o boato numa inventona.

      Eliminar
    3. Não se pode, sobretudo nestes casos graves, equiparar o que diz o porteiro de um ministério, com o que afirma um ministro ou o seu porta-voz. Por uma questão de sanidade elementar. Ou de quem procura a isenção e a verdade.
      O problema, que continua a ser o nosso pior jornalismo, é ficar decepcionado, por não haver mais um desastre para contar.
      Do exemplificativo "briefing" das 19h00 - que acompanhei com atenção - eu diria que cerca de 90% das perguntas dos jornalistas eram sobre o Canadair "caido"... Mesmo depois de Vaz Pinto, categoricamente, ter afirmado que não era verdade. A evolução do fogo parecia não lhes interessar muito.

      Eliminar
  2. Concordo consigo. Um porteiro merece, no mínimo, o benefício da dúvida.

    ResponderEliminar
  3. ...metódica, acrescentaria eu...
    Mas registei, com alguma surpresa - tenho que confessá-lo - a sua benevolência, quase diria neutral, para com estes pobres jornalistas. Porque não costuma ser tão piedoso...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Hmmm... Não é bem isso. Aos jornalistas dos nossos dias, a que posso chamar vermes, não reconheço muita dignidade nem inteligência. O que digo, neste caso, é que eles não inventaram nada: o Estado totalitário socialista descontrolou-se e inventou por eles.
      Ou seja, para ser mais claro: se há algo mais rasteiro do que os jornalistas é este regime maravilhoso que correu com o neoliberalismo do Passos Coelho. Deficit dixit.

      Eliminar