segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Miscelânea cinéfila de Ano Novo


O nevoeiro de Amarcord (1973), de Federico Fellini, filme que vi ontem, fragmentariamente, antecipou-se em premonição curiosa à neblina de hoje, real. A mesma nebulosidade e mau tempo que aparecem no final de Casablanca (1942), na altura da partida do avião para Lisboa, que também passou na TV. Nos filmes, porém, tudo parecia arrumado nos seus lugares. E limpo.
Não era o caso da javardice que vi, esta manhã, em volta dos contentores do lixo, quando saí  para comprar o jornal. Tive mesmo que contornar os equipamentos, para poder meter embalagens, garrafas e papéis pela abertura dos contentores. Pelo chão, móveis partidos a monte, um grande espelho quebrado, chinelos rotos, e até 2 pneus ao deus dará...
O sentido de limpeza parece ter desaparecido desta gentinha composta de Brutti, sporchi e cattivi (1976) que parece cada vez mais alastrar pelas nossas sociedades ocidentais... Também Ettore Scola se foi antecipando, retratando em filme a javardice e as porcas maneiras, em todo o sentido por este mundo fora.

8 comentários:

  1. De todas as coincidências, prefiro a do nevoeiro. Por alguma razão, gosto de nevoeiro. Bom dia!

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    1. Estou de acordo.
      Este gentalha nem sequer tem respeito pelo trabalho dos homens do lixo, tão útil e meritório.
      Boa tarde.

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    2. Ainda ontem vi uma pobre senhora do lixo a tentar limpar os confetti (que agora estão na moda) do passeio, e fiquei cheia de pena dela. É inacreditável o desrespeito pelas outras pessoas. Há coisas que deveriam ser proibidas e aquele tipo de lixo é uma delas. Bom dia!

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    3. É vergonhoso o que se vai passando neste capítulo...
      Boa tarde.

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  2. Quando vejo essa nojice, lembro-me sempre do que João Soares disse quando era presidente da CML: os portugueses são muitos limpos em casa e muito porcos na rua.
    Custa muito a esta gente telefonar para a Câmara e combinar a recolha do lixo? No outro dia eram janelas (alguém mudou as janelinhas de casa) junto ao vidrão. E claro que já havia vidros partidos no chão. Um perigo! mas quem foi mudar as janelas não levou as velhas?!
    Um clássico é deixarem sacos de plástico cheios de garrafas junto ao vidrão. Dá trabalho tirar as garrafas do saco e met~e-las no contentor.
    Só que isto é mais trabalho para as Câmaras e quem paga são os nossos impostos. Estes javardos devem ser os mesmos que refilam por pagar muitos impostos.
    Também já vi umas freirinhas que habitam ao lado da casa onde morou o José Cardoso Pires a varrer o seu quintal para o espaço público. Nesse dia não me pude calar.
    Boa semana!

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    1. Dois ou três exemplos de que tenho conhecimento permitem-me até duvidar da frase de João Soares, quanto à limpeza doméstica. Depois a pedagogia que se vai fazendo nas escolas ou nos meios de comunicação não tem adiantado nada: basta ir, ao Domingo de manhã cedo, ao Bairro Alto para ver a esterqueira que por lá fica, da juventude da véspera...
      Na zona outrabandista, são os despojos de casas com mobília restaurada e atirada para a rua anarquicamente. A barbárie está a voltar a instalar-se, infelizmente.
      Retribuo, cordialmente, os votos.

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  3. Diariamente encontro este triste espectáculo nas ruas e depois temos uns programas na televisão a explicar como devemos tratar o lixo.
    Uma boa semana!

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    1. São exemplos e exemplos de javardices: ultimamente são as máscaras, para o Covid, usadas e abandonadas pelas ruas.
      Uma boa noite.

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