domingo, 15 de dezembro de 2019

Opções


O aspecto gráfico do TLS (nº 6087) mudou, recentemente, de forma radical. Duvido que para melhor.
Entretanto, o conteúdo manteve-se tradicional. E, como em todos os anos, o jornal literário ouviu 63 personalidades (escritores, críticos, intelectuais...) sobre as suas escolhas de livros publicados ou lidos em 2019 que tivessem colhido as suas preferências.
Curiosamente, no conjunto dos depoimentos apenas três nomes se repetem: Vladimir Nabokov (Think, read, speak), Michel Houellebecq (Sérotonine) e Jean-Baptiste Del Amo (Animalia); em relação a poetas, apenas W. H. Auden é referido mais do que uma vez.
Não sei, no entanto, a que se deva atribuir esta falta de consenso e convergência: se ao excesso de edições, se à ausência de um cânone de qualidade, nos tempos actuais. Ou simplesmente à diminuição de exigência de tudo aquilo que se vai publicando nos dias de hoje e, também, dos próprios leitores, i. e., consumidores.

12 comentários:

  1. Das obras repetidas li apenas Seretonina e porque mo ofereceram. Por acaso gostei. Mas não tardei a perdê-lo. Oxalá quem o achou o tenha lido.

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  2. Talvez porque sendo apenas as escolhas de 2019, os nomes comuns já tenham ficado muito para trás, no tempo.

    Gosto muito de ver essas listas de preferências, que se publicam um pouco por todo o lado, nesta altura do ano.

    Um bom domingo:))

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    1. Há neste TLS, também, muitos regressos (nas preferências) aos clássicos, para além de Auden; Thomas Mann, por exemplo. São escolhas seguras, normalmente, evitando os escaparates pífios das grandes superfícies e os vendidos blogues literários subsidiados por editoras mercenárias.
      Retribuo, com estima.

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  3. Dei uma espreitadela (rápida, pois o artigo é extenso) e constatei que é salutar não andarem todos a ler os mesmos livros, como parece acontecer cá onde quase todos lêem o mesmo.
    À excepção dos clássicos, desconheço a maioria dos títulos; todavia vi um do Julian Barnes (The Man in the Red Coat) que espero comprar quando cá chegar - e isto porque tenho tantos livros em fila de espera que não vejo necessidade de ir a correr lê-lo no original.
    Logo voltarei à net com mais calma.

    Bom resto de domingo.
    🎄

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    1. Com a idade, já raramente arrisco, até para não perder tempo - prefiro voltar aos clássicos. Nos últimos anos, integrei apenas no meu cânone: Sebald, Magris e Manguel, que curiosamente nem são referidos no TLS.
      Obrigado, e igualmente.

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    2. Esse trio que refere está bem representado nas minhas estantes e na minha memória também, embora ela agora já tenha começado a pregar-me algumas partidas :(

      Boa tarde.

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  4. Excetuando os livros de arte (etc.) só ando a ler livros publicados há algum tempo. Fico a aguardar as suas leituras e opiniões. Bom dia!

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    1. As minhas opções também têm sido por livros antigos...
      Uma boa semana.

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  5. Estas listagens são sempre interessantes porque nos oferecem o pulsar da edição, em que se dá primazia às novidades (de qualidade sofrível) e os clássicos se perdem no esquecimento. Quantos livros mereciam ser reeditados e permanecem desconhecidos para diversas gerações, essas mesmas gerações que daqui a algumas décadas possivelmente irão desconhecer o belo prazer de ler um livro.
    Uma boa semana!

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    1. Um programa de ensino competente, e um ou outro professor interessado podem, por vezes, suprir a usura e omissões do tempo. Restituindo a memória de uma cultura nacional.
      A não havê-los, mesmo grandes autores ficarão entregues apenas aos investigadores e académicos curiosos...
      Retribuo, cordialmente.

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  6. Estes inquéritos normalmente referiam apenas os livros publicados, neste caso seria 2019, e não os lidos. E assim a lista é muito mais vata, pode até incluir livros relidos pelos respondentes.
    Bom dia!

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    1. É verdade, a listagem é excessivamente inclusiva e abrangente...
      Bom dia.

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