segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Traços geracionais


A paleografia permite-nos descodificar documentos do passado, em que as inscrições assumiam sinais diferentes dos de hoje e, por isso, um cidadão normal não os conseguiria perceber.
Por outro lado, o tipo de caligrafia usado na escrita ajuda-nos a localizar, quase sempre uma época e o tempo em que viveu o autor do texto manuscrito. Sobretudo, se esse tempo for próximo de nós e nos tivermos habituado a esses sinais.


Já hoje não se usam, creio, os cadernos de caligrafia que disciplinavam, padronizando, os cânones prescritos para as letras do alfabeto dos núbeis alunos da Instrução Primária.
Essa escolar e forçada uniformização contribuía, assim, para caracterizar e revelar ainda mais os traços de cada geração humana.


Desses traços, porém, escapavam-se as caligrafias daqueles ou daquelas que, por circunstância estética  e singularidade de gosto, iam aperfeiçoando a sua escrita, ao longo da vida. E, em sentido inverso, as ditas "escritas de médico" que, por vezes, se tornavam autênticos hieróglifos para os outros...
As imagens, aqui usadas, seguindo uma ordem cronológica, exemplificam modelos de caligrafias de 3 gerações  abarcando um período de cerca de 75 anos. E ilustram vários matizes de: idade, género, mas também estéticos e culturais.

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