quarta-feira, 13 de abril de 2022

Mercearias Finas 177



Anho ou cabrito, pela zona geográfica crismado, o cordeiro está ligado indissoluvelmente à Páscoa como refeição privilegiada, até por razões litúrgicas. Nos últimos anos, nem sempre temos cumprido a regra e já vieram perdizes estufadas à mesa, no almoço de Domingo. Provavelmente no próximo encomendaremos uma dose de leitão a quem o assa, desde os 15 anos, à moda bairradinha e como deve ser. A experiência que tivemos anteriormente foi muito promissora e deixou-nos boca para mais...
No entretanto, e como faltam dias, dei com uns versos de Bocage (1765-1805), que falam de papas nas suas dúplices funções. Por aqui os deixo, por lhes achar graça:

Pra que viva a cozinheira,
que tão boas papas fez,
confesso por esta vez
que bem me sabe e me cheira.

O Papa, em sua cadeira,
vestido de estola e capa,
não faz coisa tão guapa.

A cozinheira faz mais:
o Papa faz cardeais,
a cozinheira faz papa.

4 comentários:

  1. 🤣para o poema de Bocage.
    Este ano o cabrito já está encomendado. Às vezes é borrego (de que muita gente não gosta), mas não sou fundamentalista na refeição da Páscoa. Já teve muitas variações.
    Bom jantar!

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    Respostas
    1. Também lhe achei piada...
      No Norte o cabrito era "sacramental", mas depois temos usado de alternativas conforme a vontade.
      Obrigado, foi ligeiro..:-)
      Boa noite.

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