terça-feira, 13 de abril de 2021

Coincidências



Não sem grande surpresa, verifiquei recentemente que os escritores franceses eram os mais premiados do Nobel da literatura. Nada menos  de 15 autores, de 1901 até hoje, ultrapassando os norte-americanos (12) e os de língua inglesa (11). Há dias, li em Le Monde, também, este título significativo: Albert Camus, toujours aussi contemporain en ces temps de pandemie. A propósito da recente procura intensificada do seu romance La Peste, de 1947. Contemplando a convergência inesperada, acabei de ler ontem, de François Mauriac (1885-1970), no seu Bloc-notes II (pg. 366), uma referência à morte imprevista de Camus (4/1/1960), que vou passar a transcrever, traduzindo:



Uma chamada telefónica: Albert Camus (1913-1960) morreu. Algumas polémicas por altura da Libertação, aliás cortezes, e não tivemos outros contactos. A emoção que sinto dá-me melhor a medida do que ele representava para mim: o homem que terá ajudado toda uma geração a tomar consciência do seu destino. O absurdo deste mundo de crematórios alemães e de purgas estalinistas, que ele terá denunciado em nome de uma justiça cuja paixão estava nele próprio - sem que nunca tenha consentido dar-lhe um Nome, um Rosto a esta paixão, a esse amor.

2 comentários:

  1. Muito assertiva a apreciação de Mauriac sobre Camus.
    Bom dia!

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    1. Parece-me também, na sua síntese, muito correcta.
      Boa tarde.

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