A bibliofilia escora-se, mais tarde ou mais cedo, em obras sólidas, quando não eruditas, que podem apoiar impressões pessoais nossas anteriores, vagas percepções, informações avulsas, mas também gostos e convicções que se vão tendo com os anos. Acrescem a prática e os conhecimentos adquiridos. Este Manual Bibliographico... elaborado por Ricardo Pinto de Mattos, funcionário da Biblioteca Pública do Porto, mas revisto e prefaciado por Camilo, é uma fonte rica de informações diversas, e até preços, de livros pouco frequentes e importantes.
No prefácio, Camilo aproveita para fazer o panegírico de outro grande conhecedor e bibliófilo nacional, a quem muito se deve - Inocêncio Francisco da Silva.
Esta obra conceituada de consulta editada pela Livraria Portuense, em 1878, adquiri-a usada ao livreiro Tarcísio Trindade, por volta de 1990, por Esc. 7.800$00, numa altura em que os livros de referência ou pouco frequentes tinham valor seguro, estável, quando não crescente. O volume (584 páginas) pertencera, como se pode ver pelo ex-libris, a Sebastião Alberto Centeno Fragoso, que foi médico e publicista, bem como foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada, em 1946. E o livro está bem encadernado.
Exprimi, ainda não há muito tempo, a ideia e convicção, aqui pelo Arpose, que o livro usado, exceptuando obras raras, tem vindo a baixar de preço, de forma concreta e sustentada. Foi por isso que não me surpreendi excessivamente ao constatar que a Livraria Ecléctica leva a efeito um próximo leilão Online, de 31/1 a 6/2/2020, em que esta obra de referência tinha uma base de licitação de 11 euros, quando, aqui há 4 ou 5 anos, dificilmente os lances, sobre este título de bibliografia, se iniciavam por menos de 50...
As casas são pequenas e as pessoas que precisam de consultar obras de referência vão às bibliotecas. Por outro lado, se calhar este catálogo já está online nalguma biblioteca.
ResponderEliminarBoa tarde!
As razões que aduz são todas prováveis e objectivas, mas também é verdade que a investigação, em Portugal, anda pelas ruas da amargura e os investigadores competentes e com obra feita, podem contar-se pelos dedos.
EliminarUma boa tarde, também.