domingo, 22 de setembro de 2019

Divagações 153


É raríssimo, hoje em dia, ter estados de alma frenéticos ou obsessivos que me façam dizer, caprichosamente: tenho que ver este filme ou tenho que comprar este livro. O tempo, o sentido crítico e a experiência permitem -me ver a fugacidade e a vida efémera de tantas obras e tantos autores. Bem como as modas breves de tantos sucessos de "há quinze dias"...
O jornal inglês The Guardian resolveu publicar uma lista dos 100 "melhores" livros de século XXI. Provavelmente, e até ao fim deste século, ainda publicará mais 4..., mas já não estaremos cá para ver.
Consultando a relação geral, concluo que li apenas 3 das obras eleitas, o que nada me preocupa. Refiro as minhas conhecidas e o seu lugar, quanto a importância:
68 - The Constant Gardener (2001) - John Le Carré.
36 - Experience (2000) - Martin Amis.
5 - Austerlitz (2001) - W. G. Sebald.
Da lista, Coetzee não consta, nem sequer George Steiner, o que será no mínimo estranho. Mas quem sabe (?) se as editoras não terão pago ao jornal britânico para os seus autores constarem do rol? Tal como as empresas comerciais pagam às grandes superfícies, para os seus produtos irem ornamentar os topos de gôndola.
Não me admirava nada...

8 comentários:

  1. Como gosto de listas, fui ver esta. Primeiro não sabia que o século XXI tina começado no ano 2000. Adiante...
    Da lista do Guardian li os nºs 12, 68, 69 e 95. E também os vol. 1 dos nºs 11, 97 e 98. Li livros da Anne Carsson e da Alice Munro, mas não os indicados.
    Resto de bom domingo.


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    1. Estes jornalistas de pacotilha, quanto a séculos, sabem apenas o dia de ontem...
      Estas listas valem o que valem, mas eu teria dificuldade em encontrar 10 boas obras portuguesas, desde 2001.
      Bom final de Domingo.

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  2. Bom dia,
    Só li o 97 (um dos Potter's)... Decididamente sou do século passado :-)
    Boa semana

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    1. É tudo muito relativo...
      E decerto, Paula, acabou por poupar tempo útil, para outras coisas melhores.
      Uma boa semana.

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  3. Obrigado pela partilha. Eduardo Pitta, no seu blogue, estranha a ausência de John Banville e Joyce Carol Oates, que não conheço. Acho a estranheza perante a ausência de certos autores/livros mais interessantes do que as listas, principalmente quando a estranheza parte de pessoas de comprovado bom-gosto.

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    1. Estas escolhas são sempre discutíveis e, por vezes, polémicas, ainda que feitas numa base de idoneidade crítica. Régio e Sena não se livraram das escolhas que fizeram para as "Líricas Portuguesas" da Portugália. Nem Herberto Helder, mais tarde...
      O tempo dará razão a uns e mostrará, decerto, o erro de outros.
      Uma boa noite.

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  4. Tendo seguido um conselho, li "Austerlitz" e não me arrependi.
    O que faço algumas vezes,é pegar num dos meus livros e
    procurar as chavetas "a lápis",que vou encontrando. Entendo algumas,
    outras nem por isso. Foi o inevitável tempo que passou!
    Boa semana.

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    1. É sempre um risco recomendarmos, mas, às vezes, a consistência de uma obra impôe-se-nos.
      Ocorre-me muitas vezes a frase de Yourcenar que foi título de um seu livro (creio): " O tempo, esse grande escultor".
      Porque acontece nem sempre a obra ir crescendo connosco...
      Retribuo, com estima.

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