domingo, 8 de agosto de 2021

Pensar - 1

 

Embora gostando de algumas palavras pelo efeito sonoro, como é tagarelar, não aprecio, no caso em apreço, o sentido do termo pelo facto de se enquadrar, na perfeição, neste mundo oco e pouco dado a exercícios mentais mais consistentes.

Assim, e querendo registar – porventura para memória futura – alguns pensamentos que se me vão surgindo nas leituras, escolhi a palavra pensar que, no seu sentido infinitivo, se afasta cada vez mais da nossa vida quotidiana. Infelizmente.

 Lembrei-me logo do livro Pensar, de Vergílio Ferreira, a propósito da minha escolha do tema para registar, oportunamente, algumas máximas ou pensamentos estimulantes. Do autor citado, segue uma frase com que abre o seu livro: “Não se pode pensar, fora das possibilidades da língua em que se pensa.”

Acrescento meu: dominando várias línguas, aumentam, sem dúvida, as possibilidades e variantes de pensamento.

 Para o início desta secção dos meus contributos no Arpose, encontrei uma observação de Jorge de Sena, sobre o Romantismo e o Modernismo Brasileiro que não queria perder. Aqui vai:

 “Os modernistas (...) apelavam para uma quebra de todas as tradições e para uma renovação com algo mais fundo e mais verdadeiro para com a vida do que qualquer tradição. É esta a essência do espírito modernista. E devo apontar que só à primeira vista é possível achar que o Romantismo pode ser definido quase nos mesmos termos. A diferença está na qualidade: o Romantismo era tudo isto como maneira de ser: o Modernismo não foi nunca uma maneira de ser mas uma maneira de entender o nosso ser.”

[sublinhado meu da máxima que tirei do artigo de Jorge de Sena, com o título, «Modernismo Brasileiro: 1922 e Hoje», in Estudos de Cultura e Literatura Brasileira, Lisboa, Edições 70, 1988]

 HMJ

2 comentários:

  1. Há bons e maus pensamentos na maioria das cabeças.

    Mas pensar e continuar a reflectir é um bom caminho para se evitar o erro.

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  2. Para João Menéres,
    De facto, o que interessa ao ser humano é a sua conclusão do comentário.

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