sexta-feira, 22 de maio de 2020

Em sequência, de Ruben A., um pequeno extracto


(...) Pensão Penguim. Já estava esquecido do ambiente inglês - tive a impressão que entrava numa das pensões do Sul da Inglaterra. Só ingleses e para cúmulo só comida inglesa. Ao jantar a sopa parecia desmaiada - o peixe e a carne à rasca para se distinguirem de paladar, ambos com batatas ressequidas de acompanhamento, pouco gosto além do unto mal lavado. Os ingleses conseguem transportar para o estrangeiro o bom das suas maneiras e o mau hábito da sua comida. Desforrei-me nas laranjas. (...)

Ruben A. (1920-1975), in Páginas (VI).

4 comentários:

  1. Li pouca coisa do Ruben A., mas estava-me a preparar para o reler e ler, quando veio o confinamento. Mas continua na minha lista de desejos. :) Era um tipo cheio de humor.
    Bom sábado!

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    1. Ligeiro, mas muito divertido. Infelizmente, não conheço o historiador que ele foi, também..:-(
      Como prosador, tem uma expressão que eu fixei: "...O Vouga, o rio mais tímido que há em Portugal."
      Bom fim-de-semana.

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  2. Três vezes o comentário desapareceu. Última tentativa sintetizada.
    Nunca li nada de Ruben A. Fiquei interessada. Concordo coma opinião
    sobre a comida inglesa. Finalmente hoje consegui almoçar em Lisboa
    e muito bem, ainda por cima a olhar para os os bonitos jacarandás do Rato.
    Antes que desapareça mais uma vez o comentário, desejo-lhe um bom fim
    de semana.

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    1. Lamento os inconvenientes...
      Também já me fartei de ver jacarandás floridos, creio que a diminuição da poluição (menos carros) ajudou.
      Quanto a Ruben A., sugiro "Cores", "O Mundo à Minha Procura" (3 vols.) e "Páginas" (6 vols.). Não gostei de "A Torre de Barbela", na temática prefiro, de longe, "A Casa Grande de Romarigães" de Aquilino.
      Retribuo, com estima.

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