É visível, nesta pintura cálida de cores, a alegria de viver de quem a fez, e uma estética linear de simplicidade naquilo que, de melhor, se prolongou da Renascença. Falo de Modigliani, obviamente, que é, para mim, o sucessor mais legítimo e actualizado de Botticelli. Muito embora Sandro seja mais aéreo no traço, e Modi (como lhe chamavam os amigos) raramente se desprenda da Terra. Apesar de, em toda a sua vida, só ter feito 2 quadros sobre paisagens. E os seus nus evitarem a sensualidade exuberante de um Renoir, preferindo-lhes uma elegância sóbria ou levemente exótica. Dizem que ao morrer, tuberculoso, terá dito: "Cara, cara Itália!" Parisiense no viver, nunca deixou de ser italiano de traço e coração. Reproduz-se, em imagem, um "Auto-retrato", a tela que teve como modelo Lunia Czechowska, de 1919, e um "Nu", de 1917, que, curiosamente, faz lembrar, pela posição da modelo, o único nu pintado por Velásquez.
Um retrato muito belo de Lunia Czechowska.
ResponderEliminarTive extrema dificuldade em escolher apenas um retrato pintado por Modigliani - é que gosto de quase todos, Miss Tolstoi.
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